Sobre o novo disco de Vitorino Voador...

Ando há dias a ouvir o disco do Vitorino Voador.
(Se têm prestado atenção ao que vamos publicando, sabem que é o projecto a solo de João Gil, elemento dos Charlies, dos Diabo na Cruz e mais recentemente dos Hombres Con Hambre.)

Depois de um EP (Vitorioso Voo) que me deixou algo curiosa, chegou finalmente "O dia em que todos acreditaram".
Ao longo de nove canções, a pop mistura-se com a electrónica, com alguns pózinhos de rock.
E à medida que as vou ouvindo, sinto que, mais do que as melodias, as letras, e os arranjos, são os «pequenos» detalhes que fazem o disco. 

Em "Amarra", é o momento final com o piano que acaba sempre por me emocionar, não importa as vezes que o ouça.
Ou a voz de João Gil por entre beats electrónicos e acordes mais agressivos em "Sede de Água", como a calma no meio da agitação diária.





Em "Ser Alguém, Ser Ninguém", é o instrumental que me agarra, a rasgar quando escutado a «altos berros» e que faz do tema um dos pontos maiores do disco.
Até mesmo a melodia meio esquizofrénica de "Viver Bem ou Morrer Mal", não entrou de imediato mas foi-se entranhando.
Ou os elementos de percussão de "Mensagem II", que lhe dão uma cor mais bonita.
E na faixa escondida, a bateria é exímia a dar voz ao sentimento de fúria.






"Longo Passeio" tem crescido a cada escuta, e ganhando força.
A melodia não descola, a letra insiste em ficar depois do último acorde.
Tal como a de "Venha Ele", o single lançado no final de 2014.
É A canção do disco.
Bonita, honesta, melódica, envolvente.
Conquista-nos a cada verso, a cada acorde.
Arrebatadora.

"O dia em que todos acreditaram" pode não entrar para a lista de discos nacionais do ano, mas vale a pena ouvi-lo.
Fica apenas um conselho: quando o fizerem, escutem-no.

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