"Thin Walls": os Balthazar à conquista da Europa
Descobri-os num dos últimos concertos dos Editors em Lisboa.
Na altura, escrevi que «os Balthazar são belgas e não são maus de todo. São simpáticos, são divertidos e fazem música pop a roçar o indie - ou será ao contrário? - que sem ser extraordinário, não agride os ouvidos mais atentos.»
A opinião mantém-se.
Mas ao escutar o novo disco "Thin Walls", acrescento que os Balthazar estão mais crescidos e com uma sonoridade mais interessante, fruto das suas experiências dos últimos anos.
Maarten Devoldere e Jinte Deprez, os dois compositores da banda, escreveram sobre a vida em digressão, e o impacto que isso tem no que os rodeia.
Na forma de estar, na forma de sentir, na forma de viver.
Transparece na sonoridade e nas letras do disco.
E à primeira escuta, é-me impossível não os aproximar do som de dEUS, dos Editors, e afins.
Transparece na sonoridade e nas letras do disco.
E à primeira escuta, é-me impossível não os aproximar do som de dEUS, dos Editors, e afins.
"Decency" - pela voz de Jinte Deprez - é o tema de abertura, com um instrumental que desde logo me cativou. Em registo calmo, downtempo, com o elemento mágico "cordas" logo na abertura.
Antevê-se um disco mais melódico e mais negro. Mais introspectivo.
Ou talvez não.
Ou talvez não.
"Then What" é o single de apresentação, catchy qb, uma cena pop rock sem falhas - digo eu - com a voz de Maarten Devoldere a vingar naquele tom mais grave que eu tanto gosto.
"Nightclub", com o seu início algo familiar, passou a ser uma das favoritas.
Há qualquer coisa na melodia que se entranha - mesmo em versão acústica - e que vai crescendo a cada audição, e, mais uma vez, a voz de Maarten que não nos deixa indiferentes logo com o primeiro verso - «crippled by this raw desire» - e que nos envolve.
Há qualquer coisa na melodia que se entranha - mesmo em versão acústica - e que vai crescendo a cada audição, e, mais uma vez, a voz de Maarten que não nos deixa indiferentes logo com o primeiro verso - «crippled by this raw desire» - e que nos envolve.
E à quarta música, parecia que os The Kooks tinham aparecido nas gravações para uma ajudinha.
Foi o que me passou pela cabeça da primeira vez que ouvi "Bunker" num vídeo ao vivo... tal é a semelhança no tom de voz.
Foi o que me passou pela cabeça da primeira vez que ouvi "Bunker" num vídeo ao vivo... tal é a semelhança no tom de voz.
Mas não. Olhei para o ecrã, era simplesmente Jinte - o outro elemento dos Balthazar.
Surpresas à parte, a melodia colou, quer pela bateria, quer pela harmonia dos restantes instrumentos.
Ao registo mais folk de "Wait Any Longer", segue-se o lado mais romântico dos Balthazar.
Há melancolia em "Dirty Love" e sedução em "I Looked for You".
E a fechar, a belissima "True Love", meio decadente, meio bluesy, com momentos instrumentais perfeitos a acompanhar o refrão «just let it all out tonight / come on» e o pedaço final, um encerramento ideal para o disco.
Pode não ser um dos discos do ano, mas "Thin Walls" é já um dos «meus» discos do semestre.
Vozes que se enquadram nos meus registos favoritos, melodias que colam e que soam bonito.
E a prova que os belgas também sabem fazer música.
Pode não ser um dos discos do ano, mas "Thin Walls" é já um dos «meus» discos do semestre.
Vozes que se enquadram nos meus registos favoritos, melodias que colam e que soam bonito.
E a prova que os belgas também sabem fazer música.
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