Breves Notas: "Wishes", de Rhodes

Diz que é mais um novo talento made in UK, daqueles da cena singer songwriter.

Rhodes lançou este ano "Wishes", um disco de dezoito canções, pessoais, melancólicas q.b., com sentimento a soarem por vezes demasiado lamechas.

Ao início até lhe achei alguma graça, mas bastaram algumas audições em loop para mudar de opinião. Não que o disco seja mau, que não é, mas é demasiado fofinho, bonitinho.
E eu preciso de cantautores que sejam marcantes, capazes de criar melodias que me envolvam e preferencialmente com uma voz que mexa comigo cá dentro. como o Ben Howard e o (eterno) Jeff Buckley.
Apesar de a espaços conseguir ouvir um bocadinho deles em David Rhodes - calma, é mesmo só um bocadinho - há mais (muito mais) de Tom Odell. E portanto, é meio caminho andado para (já) não o achar assim tão espectacular.




A voz de Rhodes anda de mão dada com o piano e a guitarra, mais vulnerável num, não tanto com o outro. Mas o seu registo soa sempre delicado.
E sempre em slow tempo, suave, às vezes banal.

Os arranjos instrumentais são fortes, é verdade, e contrastam com a delicadeza e fragilidade de Rhodes, tão inundado de melancolia que se torna repetitivo (excepção feita a "Turning Back Around", que só sobressai porque tem um ritmo mais cativante).

O que é pena, porque potencial não lhe falta.
Basta ouvirem "Let It All Go" com Birdy.




Percebe-se que podia ser arrebatadora.
Mas é só assim-assim.

E disso já há muito por aí.

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