NOS Alive 2017: a crónica

Devíamos ter cumprido a promessa que fizemos o ano passado, mas não calhou.
O que nos calhou foi a oportunidade de passar pelo NOS Alive este ano.

Dia 1 

Chegar em plena hora de ponta nunca é bom, mas acontece a quem trabalha. Perdemos parte do concerto dos Alt-J no palco NOS, entrando bem a tempo da parte boa, os «clássicos», com "Every Other Freckle" a arrancar-nos os primeiros sorrisos, "Matilda" e "Left Hand Free" a afinar coros e "Breezeblocks" a fechar. Foi simpático mas a hora é difícil e algo desadequada e o palco enorme parece desajustado ao som dos Alt-J - giro giro seria apanhá-los numa sala fechada... 
Seguiram-se os Phoenix, sobre os quais pouco ou nada tenho a dizer a não ser que foram aborrecidos, com as suas músicas que soam todas mais ou menos iguais. À hora certa, paragem para 45 minutos de Ryan Adams que nos trouxe um bocadinho de Bruce Springsteen, muitas guitarras e algum rock, mas a verdade é que emoção, muito pouca.
Debandámos para o palco principal que já tocavam The XX e que bom que foi ouvi-los e vê-los! Soltos e encantadores, Romy e Oliver com uma «química» inegável em "Infinity", a voz de Romy a encantar em "Performance", "Brave For You" e em "Angels", Jamie XX a partir tudo em "Loud Places" e "On Hold", e Oliver a partir muitos corações sempre que se dirigia aos presentes. Sem dúvida um dos concertos que ficará na memória desta edição - tal como o dos Royal Blood no palco Heineken, que não vimos mas ouvimos de fugida à saída, que o dia já ia longo...

Dia 2

O dia com menos interesse não fosse a presença no cartaz dos The Kills. Chegámos à hora que queríamos, sem complicações, prontas para o reencontro com Alisson Mosshart e Jamie Lince. Foi bom, um alinhamento quase quase perfeito mas o que lhes assenta bem é um palco Heineken com as emoções à flor da pele, ou uma sala fechada repleta de gente que os segue, onde se possa sentir tudo e vibrar com a energia de Alisson e Jamie.
Ali, naquele palco, sofreram com o desinteresse de quem assistia e que esperava ansiosamente pelos Foo Fighters. Esses, foram incríveis, divertidos e roqueiros como se quer, ao longo de duas horas e meia, que poderiam ser muitas mais, e quase sempre a abrir. Dave Grohl e companhia revisitaram os seus temas maiores, como "Times Like These", "Learn To Fly", "The Pretender" e "My Hero", apresentaram temas novos como "La Dee Da" que trouxe Alisson Mosshart de volta ao palco NOS, e guiaram-nos num regresso ao passado com "Best Of You", que talvez tenha sido o momento em que a comunhão entre artistas e público tenha sido maior. Para nós, foi a altura ideal para nos despedirmos.

Dia 3

Não estivemos lá, mas acompanhámos a estreia de Benjamin Booker em directo. Portou-se à altura e por isso, aguardamos com bastante expectativa que o anunciem em nome próprio, que há digressão pela Europa em Novembro. De resto, pareceu-nos que nesse dia o palco Heineken, com Spoon, Fleet Foxes, Cage The Elephant e The Avalanches, é que era o sítio para se estar, que já sabem que Depeche Mode não é connosco.

Sobre a organização, já muito se disse ao longo dos anos. Por vezes, parece que nada evolui. As críticas serão muitas, mas quase sempre subjectivas, é mesmo uma questão de sorte. As filas, a oferta da praça da alimentação, os preços dos "comes e bebes", os WC, os acessos e os transportes, o som, os concertos... No nosso caso, irritou-nos sobretudo a espera de quarenta e cinco minutos no primeiro dia para sermos revistadas e mais uns quantos para entrar no recinto propriamente dito - e imaginamos que para trocar os bilhetes por uma pulseira também não tenha sido fácil. Uma vez lá dentro, evitámos as filas e jantámos sushi e, à saída, a parceria com a Cabify não desiludiu. Se na quinta-feira, foi imediato, no dia seguinte, o bloqueio policial obrigou-nos a seguir caminho a pé até Belém, onde nos esperavam - sinceramente, tudo é melhor que a caminhada "walking dead" para Algés ou a espera interminável por um táxi...

No rescaldo, o balanço até que nem é mau.
Como nem contávamos lá estar, fomos na «desportiva». Talvez por isso, tenhamos conseguido passar ao lado da maioria das coisas que sempre criticámos. Mas não passámos ao lado da música e aproveitámos ao máximo os (poucos) concertos que vimos.
Não sabemos ser de outra forma.

Quanto à próxima edição, veremos que cartaz nos sairá na rifa.

Créditos: Nos Alive

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