Truth Is A Beautiful Thing: o feitiço dos London Grammar
Quando falei pela primeira vez sobre os London Grammar, em 2013, achei-os uma versão menos aborrecida dos The XX de "Coexist" e que se durassem para além do primeiro disco, seria graças a Hannah Reid e à sua voz incrível.
A minha opinião mudou um pouco graças ao novo "Truth Is A Beautiful Thing". Já não os acho parecidos com os The XX, nem tão pouco aborrecidos. O disco soa mais complexo instrumentalmente, com melodias que cativam, suaves e intensas e confesso que vai crescendo a cada escuta. Foi o que aconteceu com "Rooting For You" que na altura em que saiu, me soou demasiado «fofinha» e hoje, é um dos exemplos claros do poderio vocal de Hannah Reid.
Há uma evolução interessante da electrónica pura do primeiro disco para arranjos proeminentes e encantadores em "Truth Is A Beautiful Thing". E, apesar do efeito «chill out» que estas sonoridades criam, há temas demasiado interessantes para nos passarem ao lado.
Como "Big Picture", cuja sinfonia vai progredindo e seduzindo, ou "Oh Woman Oh Man" que colou assim que a ouvi, perfeita por nos arrancar da melancolia de "Wild Eyed".
Ou ainda a inspiradora "Hell To The Liars", com os seus arranjos de cordas em crescendo, arrepiantes, como eu gosto.
"Non Believer", por seu lado, quebra o ritmo e damos por nós a bater o pé inconscientemente, ao contrário do tema título "Truth Is A Beautiful Thing", que nos acalma o espírito ao som do piano e da voz sublime de Reid.
É um disco bonito, este, que aquece e não arrefece. Que tem a sua força maior na voz encantada da menina Hannah Reid. Com qualquer outro vocalista, não seria a mesma coisa.
E isso é algo que faz toda a diferença.
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