Que bonita é a vida no campo, ou o resumo possível de um terceiro dia em Paredes de Coura
Depois de uma tarde passada entre amigos, em casa, a ouvir os sound checks do que nos seria apresentado mais à noite no palco principal do Vodafone Paredes de Coura, foi tempo de rumar ao recinto.
Tudo porque não era possível perder os Linda Martini, que já se sabe, são uma das bandas preferidas aqui do estaminé.
E que bom que foi ouvi-los ontem, neste sítio mágico que é Coura.
Sempre ao nível que já nos habituaram (claro) com um público que os conhece e os adora, e que vibrou ao máximo com toda uma setlist perfeita para o fim de tarde. Fico à espera de os poder voltar a ver aqui, mas de noite.
Isso sim seria a única forma de o que se passou ontem ainda ser mais épico.
Confesso que depois, e até aos Black Lips, todo o programa era muito desinteressante, ou pouco apelativo. Mas se eu disser que não estava em pulgas para rever a banda de Atlanta, estaria a mentir.
Assim, foi fazer tempo ate as 11 e qualquer Coisa, sem nada de especial a considerar, até que voltou a haver rock nas margens do Taboão.
Nada tão intenso como o que aconteceu no primeiro Porto Primavera Sounds, é um facto. Mas se alguém se atrever a achar que o que aconteceu ontem não foi rock n' roll no seu estado mais puro e menos pretensioso, não esteve claramente a ver a mesma coisa que eu.
Voavam balões e rolos de papel higiénico do palco, voavam pessoas no sentido contrário. Pó? Sim, bastante, e no ar. Mas o som que vinha do palco fez com que toda a gente batesse palmas e cantasse "lalalas" amenizando o frio gélido da noite de ontem.
Se os Cut Copy ficaram com a tarefa difícil de fechar a noite? Ficaram, mas não se notou.
E, a seguir, o rock que ontem encheu o recinto durante todo o tempo, "fechou a loja" e deu espaço para que se dançasse. E que o fizéssemos como se ninguém nos estivesse a ver.
Como só os Cut Copy sabem fazer.
Com incursões (a que o público reagiu menos) ao ultimo "Free Your Mind", a noite gelada de ontem terminou sem encore mas com toda a gente a vibrar com "Lights and Music". Como tinha que ser.
Hoje é a vez das coisas mais calmas, como Kurt Vile, Beirut e James Blake, ainda que eu esteja com uma «fezada» que a noite vai ser dos The Growlers e de Hamilton Leithauser.
Mas espero ser surpreendida.
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