Society, who?


Ouvir música britânica é, para mim, mais do que um statement, acredite-se ou não. 
Isto da música britânica sempre foi uma coisa que, naturalmente, me soou melhor, não havendo qualquer explicação lógica para isso. 
Na realidade, não sei se por lá em casa se terem sempre ouvido os Beatles e os Stones (num feudo Pai/Mãe sempre muito pouco politicamente correcto), se por ter crescido com os Suede e os Pulp no discman, se por ainda hoje adorar os Supergrass ou toda a cena de Bristol. Talvez por ter como referencia bandas como os Arctic Monkeys ou os Maximo Park, ou porque os meus ouvidos terem colado nos Foals depois da primeira vez que os ouvi, por exemplo, ou só porque sim. A verdade é que me soa tudo sempre melhor se tiver vindo de Terras de Sua Majestade e de forma totalmente inconsciente.
Sempre foi assim.  
Os Society não foram excepção a esta regra. E ainda bem.







Ando há mais de um ano a ouvir este projecto, com as duas músicas que o lançaram inicialmente, 14 Hours e All That We've Become, desde que as descobri num dia chuvoso de Inverno no fim de 2013. 
Soube logo depois de uma única audição que eram para lá de muito boas, mas soube logo também que não havia mais nada, só aquelas duas músicas. E, nem se sabia, nessa altura, quem eram os Society ou se haveria mais. 
Aquilo começou, para mim, a ser uma espécie de culto, como se fosse uma organização secreta qualquer, onde se era seduzido pelo som. (E que som!!!!!)

Então, e como eu acho, há este tempo todo, que eles são o segredo mais bem guardado de sempre, e porque entretanto há mais duas músicas desde o início do verão, quando se soube também que ia haver álbum, aguardo, com muitas dificuldades, já se sabe, pelo dito álbum. (Que nunca mais chega. Pfffff.)






Como já disse, só há, ainda 4 músicas. O que torna isto muito mais difícil é duro de analisar. É quase fazer futurologia. Neste caso, uma futorologia certa, digo eu, mas ainda assim muito especulativa até para o meu gosto.
Acredite se ou não, o ano e tal que passou entre as duas primeiras músicas e as que acabaram de sair não teve o efeito normal em mim, que é aquele de fazer com que eu me farte e desista. Teve antes o efeito contrario. 

Donos de um som suficientemente denso e límpido ao mesmo tempo, com um som old-school e novo daqueles que a mim se me entranham logo, mas sem estranheza nenhuma, mensagens únicas e concisas, o projecto de Jamie Girdler e Brendan Lynch, com a sua música cinematográfica e cheia de influências blues, batidas hip hop, e vozes que nos podem levar ao psicadelismo dos anos 70, é o que eu acho que vai ser a próxima next big thing.
E já andava a defender isto há tempo mais do que suficiente como para já ser uma ideia mais do que coerente, ate que chegaram We All Have a Price e Protocol. E essa tal coerência tornou-se uma certeza mais do que absoluta.



As misturas entre os sintetizadores, as linhas de baixo, os samplers, o piano, as batidas e tudo o que faz a música dos Society, bem como todo o mistério que o rondou até há muito pouco tempo faz com que eles sejam mesmo muito bons. Mesmo que este seja mais um daqueles casos em que ninguém sabe bem o que esperar, a não ser por algo de muito bom. 

Falar sobre os Society é daquelas coisas meio esquisitas, como falar de uma coisa que faz tanto parte da minha história que acabo por nem saber bem o que dizer. Uma coisa eu sei, e vou me repetir: são bons. Mesmo muito bons, e eu acho que toda a gente os devia ouvir. Palavra de Chavininha.

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