"Claramente Boho-Chic", rosas e odes de amor, Welcome Back King Charles!

Confesso que já nem me recordo onde e quando ouvi King Charles pela primeira vez. Sei que, desde aí, fiquei fascinada pela voz e pelas letras deste romântico boêmio, que, mais tarde, vim a perceber que tem a mesma figura que um cavaleiro andante.
A minha historia vai ficar sempre marcada por “Ivory Road”, do seu primeiro album, e não há forma de fazer isso desaparecer.
Portanto, esta distancia que separou LoveBlood, de 2012, até à chegada de Gamble for a Rose no inicio de 2016, foi devidamente sentida pelos meus ouvidos. 
(estava até aqui a reparar que é mais ou menos a distancia de tempo que tem este blog, que, quer se queira quer não já vai fazer 4 aninhos…)




Nestes 5 anos claro que se sentem alterações na musica de King Charles. 
(Mal era que isso não acontecesse!!!) 
Gamble for a Rose é um album com mais ritmo e com arranjos muito mais requintados, que nos remete para o mesmo ambiente boémio que caracteriza o trabalho de Charles desde o inicio, mas, que aparece agora muito mais emocional e muito mais plano, simples e descomplicado. Como se aqui, a ideia fosse procurar o belo pelo belo, só isto. Sem artifícios.

Podemos, claramente sentir as influências de Marcus Mumford, dos Mumford and Sons, que produz e é co-autor aqui em Gamble for a Rose, mas sem haver colagens. (Vamos a ver se isto se mantém assim que sair o album/EP da banda, que diz que não deve demorar muito tempo a estar ca fora.)



Gamble for a Rose, sai do universo mais Pop onde morava King Charles, e muda-se para um mais rock, mais cru e mais duro, só quebrado pela voz enigmática de Charles e pela sua forma de dizer as coisas, que é tão característica, quer sonora, quer ritmicamente.
Não, não estamos aqui perante um album melancólico, graças a Deus!, antes pelo contrario. Estamos sim, perante um album esperançoso e muito romântico. E até digo que, se não fosse pela própria voz de King Charles e pela tal característica rítmica que ele impõe nas suas composições, isto, para mim, seria até um album irrelevante e demasiado cheio de açúcar. Aqui, o que muda mesmo tudo é ele, com aquele ar de cavaleiro, aquele bigodinho esquisito, e, essencialmente, aquela forma de dizer as coisas.




De Gamble for a Rose destaco “In Silhouette”, pela sua interpretação tão relaxada e tão honesta, tão cheia de emoção que não deixa ninguém indiferente, “Lose Change for the Boatman”, a musica que abre o album, e que dá o mote para tudo o que se passa a seguir. Uma serenata como deve ser, com a guitarra em consonância com a "tal" forma de cantar de King Charles, um momento arrepiante de amor puro, do mais real que eu tenho ouvido nos últimos tempos. “Tomorrow’s Fool”, “New Orleans” ou mesmo “Lady Of The River”, seguem o mesmo alinhamento, e será impossível não falar de “Coco Chitty”, que ja fazia parte da minha playlist desde LoveBlood, mas que surge agora com uma nova roupagem, e que se torna aqui ainda (ainda) melhor.


"REAL”. Sim, isto é a melhor forma de definir este Gamble for a Rose
SEM TRETAS”
“SÓ MESMO ISTO”
Como a vida lá fora devia ser. 
Uma viagem a Londres, mas a uma que não existe, daquele cheias de nevoeiro com cavaleiros boêmios e apaixonados, barcos que ajudam os casais a fugir, cartas com rosas secas dentro, sinais de leques e madeixas de cabelo presas em medalhões, como nas historias antigas. 
Orquestral, sim, muito suave no som, duro e real, influenciador e romântico nas letras, King Charles está, assim, de volta. 
(Finalmente, digo eu, que ainda não consegui parar de o ouvir.)





“…When the waters spat with rage, all of the world become a haze, I know I could always see your face”… em Carry Me away

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