(Breve) Nota sobre o segundo dos Django Django

Ando há semanas a tentar que me saia alguma coisa de jeito sobre "Born Under Saturn", o difícil segundo álbum dos Django Django - sobretudo depois de um primeiro tão bem recebido...
E nem o concerto na edição deste ano do NOS Alive ajudou.

É como se toda a essência e todo o brilho e encanto se tivessem desvanecido.
Talvez seja mesmo como escrevemos na nossa crónica, não os devíamos ter visto em 2013.
Mas vimos. E para nós, foi o tempo certo, o tempo deles.

Não que eles sejam maus - que não são.
Ao vivo soam bem e são animados, e as canções são boas para dançar.

O disco é que não me convenceu. Não consigo dizer sequer que é um disco assim-assim.
E é pena, porque ao ouvirmos "Giant", o tema de abertura, esperamos algo de extraordinário. O ritmo da canção é o que mais chama a atenção, é quase mecânico com recurso a um piano. Como se os seus acordes ocupassem o lugar de um metrónomo.




O entusiasmo manteve-se quando ouvi "Shake And Tremble", que é só a melhor canção do disco - para mim, pronto. Puro rock n' roll do antigo, que me deixou de imediato a bater o pé, e que foi um dos grandes momentos do concerto deste ano. A introdução é deliciosa, o refrão é dos que cola - sim, dou por mim a entoá-lo sem querer... O som old school funciona com os Django Django, porque soa renascido. E a melodia de shake and tremble é cativante e viciante.
Se não acreditam, ouçam-na...




E não posso deixar de mencionar "First Light", o single de estreia. Mas é mesmo só por isso. Apesar da roupagem pop, do ritmo colorido e da percussão que lhe dá muita graça, não me enche totalmente as medidas.




O mesmo acontece com as restantes canções que compõem este "Born Under Saturn" - com pouco brilho, «sem sal», banais por vezes - fazendo deste  disco «só» mais um, entre tantos e tantos outros.


«we'll be closer when you turn the world upon its head»

(Django Django, "Giant")

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