2016: o acerto de contas, por Concertina

Isto de fazer balanços do ano não é coisa fácil.
Muito menos num ano que nos roubou tantas figuras musicais - e não só - com quem crescemos e aprendemos tanto.
A Chavininha já disse de sua justiça e eu concordo com muitas das suas opiniões.

Em 2016, perdemos um bocadinho de nós. O nosso mundo ficou mais feio, mas com o conforto de os podermos ouvir quando as saudades mais apertam.
Será sempre o ano em que ficámos sem David Bowie, Prince, Leonard Cohen, Sharon Jones e George Michael - entre tantos e tantos outros conhecidos.


Foi o ano em que Kaiser Chiefs, Jamie Lidell, Kings Of Leon e Jagwar Ma desiludiram os meus ouvidos. mas foi também o ano que trouxe o regresso dos Massive Attack - que bom que é saber que há coisas que não mudam..., dos The Last Shadow Puppets - e a eterna questão do «porque é que ninguém os traz cá», dos Bon Iver e de James Blake - que saudades que já tinha deles...


A nível nacional, foi com uns roqueiros You Can't Win Charlie Brown e uma «senhora de si» Rita Redshoes que mais me entusiasmei.

Descobri Warhaus e o maravilhoso "We Fucked A Flame Into Being", e redescobri James Vincent Mcmorrow com o seu magnífico "Move" e Hamilton Leithauser (com Rostam) num brilhante "I Had A Dream That You Were Mine".


Matei saudades dos The Killers com uma velhinha mas desconhecida "Peace Of Mind" e de Mayer Hawthorne, com a quase perfeita "Someone Like You".
E emocionei-me com muitas outras.
Como "In Your Eyes" dos BadBadNotGood que cantarolei inúmeras vezes no carro, ou "Walk Right Back" de Jamie Lidell que animou o meu Verão ou ainda "All The Birds", que trouxe Lou Rhodes de volta ao meu mundo.

Em 2016, tive a certeza que os Kendrick Lamar desta vida não têm nada a ver comigo - apesar de ter sido um grande espectáculo - e que as novas vozes do R&B soam quase todas a «mais do mesmo». Passei ao lado dos mais recentes de  BADBADNOTGOOD, Gallant, Michael Kiwanuka e Rodrigo Leão & Scott Matthew - a quem devo uma segunda escuta atenta. Chorei ao ouvir "Black Star" e "You Want It Darker".

Mas dancei e vibrei e senti a música como se não houvesse amanhã, na companhia de Florence and The Machine na Meo Arena, dos Arcade Fire no Nos Alive, dos Massive Attack e da Purple Experience de Moulinexx no SBSR e dos White Lies, no CCB.
Para os primeiros dias de 2017, ficam Carminho a cantar Jobim e as novidades de Sohn, The XX e London Grammar.
Mas o que se quer mesmo é discos novos dos Editors e dos Trêsporcento.
Ah, e muitos e melhores concertos, de preferência acompanhados de muitas gargalhadas.

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