Breves Notas: "Rennen", SOHN
A soul electrónica de Sohn que tanto me entusiasmou no primeiro disco ("Tremors", de 2014), parece ter desaparecido em "Rennen", o segundo do britânico. A reclusão em Viena deu lugar a uma vida familiar na «sunny» Califórnia e talvez por isso as canções deste disco pareçam mais expansivas, menos delicadas, menos sofridas, e até com um som mais futurista. Mas nem por isso se tornam mais interessantes.
"Signal" foi a primeira amostra e não me soou grande coisa na altura. Agora, incluída no alinhamento de "Rennen", também não. Talvez seja da voz distorcida - já se sabe que é uma coisa que me irrita... Os sintetizadores de "Dead Wrong" parecem robôs, dando um toque frio ao tema, "Primary", "Still Water" e "Harbour" passam-nos completamente ao lado e "Falling" e "Proof" são apenas ruído.
Mas há excepções.
"Hard Liquor" colou assim que a ouvi há umas semanas atrás, com o seu ritmo, com a voz de Sohn potenciada pela batida dramática. É talvez o melhor exemplo do que o moço tem feito.
A magia de "Conrad" - que tem também uma carga política inevitável nos dias de hoje - reside numa batalha harmoniosa entre a luz dos sintetizadores e a rigidez da bateria.
E em "Rennen", o tema título, a voz de Sohn irradia todo o seu potencial, acompanhada por um piano intrigante e sempre presente, que nos faz lembrar as canções de "Tremors".
E se essas tomaram de assalto o meu iPod e lá ficaram durante uns bons tempos. as de "Rennen" arriscam-se a nem fazer parte das escolhas.
«We’re lost civilians / With the weight of millions
We’re pawns of war / Living in denial»
("Conrad", Sohn)
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