Ao Vivo: LAMB no Coliseu dos Recreios
Regresso ao passado em duas horas, no meio de uma plateia composta, longe de estar esgotada, é certo, mas acredito, bastante devota.
Os Lamb são uma das minhas bandas de sempre, de amor à primeira escuta.
Vê-los e ouvi-los ao vivo é sempre uma experiência, com as emoções à flor da pele, o arrepio na espinha, a lágrima no canto do olho, o sorriso de orelha a orelha, a felicidade plena.
Este dia não foi diferente.
Pouco (me) importa que muitos considerem que já tiveram o seu tempo. Ou que as canções mais recentes, como o novo single "Illumina" ou algumas dos recentes álbuns, não tenham a mesma força ou magia das de "Lamb" ou "Fear Of Fours".
A verdade é que ao ouvir as suas canções, se geram os mesmos sentimentos de há 20 anos. A voz de Lou Rhodes, doce e melódica, continua a aquecer bem cá dentro, a energia de Andy Barlow continua a contagiar toda a gente. E claro que não me podia esquecer do senhor do trompete, o toque de Midas para um concerto inesquecível.
O alinhamento foi mais do que perfeito.
Começou com a trilogia arrasadora "Lusty", "God Bless", "Cotton Wool", canções intemporais para quem como eu gosta demais deles, e que me deixaram à beira de um ataque de emoções...
"Trans Fatty Acid" é o primeiro vislumbre do poderio instrumental em palco, um grande momento que antecedeu outro turbilhão de emoções: "Zero", "Merge", "Gold" e "Closer"... É de facto um primeiro disco fantástico, este que os Lamb nos trouxeram de novo.
Já se sabia o que estava para vir, era tempo de "Gorecki"... aquela canção, a minha canção. Discreta qb, confesso que não consegui conter a emoção. É uma sensação incrível que nem sempre consigo descrever, a de ouvir Lou Rhodes a entoar aquelas palavras tão honestas... e o instrumental, sempre em crescendo, continua a mexer comigo e com os meus sentidos como muito poucos.
"Feela" fechou a primeira parte, abrindo a porta ao best of: à maravilhosa "Angelica", seguiram-se "What Sound" e "Little Things", outra das minhas favoritas. A desarmante "Ear Parcel" abriu caminho para as «novas»: a energia de "We Fall In Love", a delicadeza de "As Satellites Go By", o ritmo dançável de "Backspace Unwind" e as boas vibrações de "Illumina".
O encore trouxe, como seria de esperar, "Gabriel" - sim, é provavelmente a mais «comercial», mas esta noite foi também um momento único. Sente-se uma magia ao vivo que nos deixa rendidos, com aquele crescendo final, apoteótico, antes dos aplausos para a despedida.
A emoção espelhada neles e em nós, um reencontro de velhos amigos, uma declaração de amor recíproco.
A emoção espelhada neles e em nós, um reencontro de velhos amigos, uma declaração de amor recíproco.
Saí de lá com aquela sensação incrível de coração cheio, a transbordar de felicidade.
Foi uma noite tão especial e emocionante, que vai ficar sem dúvida gravada na minha memória.
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