"Offering", o último dos Cults

Antigos estudantes de cinema, Madeline Follin e Brian Oblivion, apareceram-me há 3 álbuns atrás como uma espécie de magia auditiva, no meio de muitas outras coisas, e instalaram-se por aqui há esse tempo todo também. Era, portanto, com alguma ansiedade que esperava por Offering, para saber se a tal tendência cinematográfica se mantinha, e se as influencias mais retro continuavam presentes no trabalho deles, ou não.

Offering veio então com as mesmas influências de que deles se estava à espera, ainda que menos noir. Ou seja, esta "oferta" que nos fazem vem menos densa e com mais luz, ainda que com as mesmas influências dos anos 80, especialmente da onda New Wave dessa mesma época. E sim, também os vídeos continuam brilhantes e acompanham o mesmo alinhamento do trabalho, podendo, eles por si só, serem apreciados sem o alinhamento do álbum.

Uma das melhores músicas do álbum é a que lhe dá o nome, "Offering", com uma cadencia e uma melodia que vão de encontro á voz de Madeline Follin e lhe dão mais cor e mais ritmo, juntamente com os sintetizadores e as guitarras de Brian Oblivion que tornam a musica muito rica e muito interessante.



Outro dos destaques de Offering é "I Took Your Picture With My Eyes Closed", que é uma das minhas músicas preferidas, onde a linha de baixo é de tal forma poderosa que faz com que toda a melodia entre em contraste com a voz etérea de Madeline. "I Took Your Picture With My Eyes Closed" tem aquela "pausa" poderosa, a tal que ajuda a criar a ansiedade necessária para que se consigam ouvir as diferentes "camadas" da música e que nos ajudem a criar-lhe a profundidade que ela tem.



"... no time like the present..."





Mas Offering não é um álbum só de bons momentos. Desde as referências aos Coldplay em "Recovery" (que, no meu caso, não são nada um bom sinal... mas que ainda assim não me condicionaram ao ponto de não a ouvir), às repetições um tanto aborrecidas de "Right Words", Offering é um álbum cheio de letras deliciosas, mas que, às vezes não chegam para fazer canções memoráveis.






Destaco ainda "Nothing is Written" pelas tais camadas de densidade, que Oblivion consegue fazer com o uso dos samplers (que são tão mas tão bons!!!) e "Talk in Circles", com um refrão delicioso e tão subtil e delicado que vai de encontro ao que dos Cults se espera aqui deste lado. 




Offering é um álbum muito bem feito, inteligente, com letras poéticas e sons que nos levam a viajar por toda a história da música: doce e sério, quase mortal às vezes, mas, sempre muito dançável.

Não é um álbum perfeito e genial, ao jeito do que eu acho que Cults conseguiriam fazer. (Longe disso até.). Às vezes parece-me muito mastigado e outras vezes demasiado simples... sei que lhe falta qualquer coisa.
Ainda assim, nada bate as letras e a inocência da voz de Madeline, eu é que fico sempre à espera de algo mais forte. Pode ser que isso aconteça no próximo álbum?

“…free fall, I’m not going back, Now That I see…” em I Took Your Picture With My Eyes Closed.

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