"Circles", ou uma breve abordagem ao álbum dos Pastis

Hoje vai-se falar aqui em Circles, o primeiro álbum dos finlandeses Pastis, de quem já falámos aqui no outro dia, e que saiu entretanto.

Caindo em pré-conceitos, e como eles vêm da Finlândia, podíamos ser levamos a pensar, numa primeira ideia, que o álbum fosse sombrio e frio, ou mais rígido vá. Mas, na verdade, Circles é um óptimo exemplo de como na música, não há quaisquer fronteiras. Que a música é, talvez, a arte mais democrática de sempre, e que Circles é, na verdade, um álbum cheio de coisas quentinhas: boa vibe, calor e alegria.
Circles vem cheio de musica daquelas que faz mesmo querer dançar e bater o pé. Que mais podemos pedir?




O álbum começa com “Around Here”, com as guitarras limpinhas que fazem logo com que haja vontade de bater o pé, sempre muito bem acompanhadas pela bateria urgente e inquieta, e com uma voz alegre e incisiva que marcam, durante todo o álbum, a tal boa vibe dos Pastis de que eu falei ali em cima.
Esta é também, quase sempre, a fórmula mágica para me atingir logo o coração, e aqui os Pastis ajudam-me sempre a lembrar tudo o que eu mais gosto no tal rock n' roll.


“The King and The Good Hangman” ou “Amazon”, são musicas curtas e concisas, com muito boa vibe e cheias de feeling. Adoro as pausas que explodem sempre num refrão cheio de coisas boas: a bateria impecavelmente bem marcada, o baixo incisivo e sempre muito relevante, as guitarras em mais um riff genial, e a voz e as harmonias a dar o resto da magia à canção.
“Amazon” é uma das minhas musicas preferidas de Circles desde a primeira vez que a ouvi, e “The King and The Good Hangman” leva-me aos primórdios dos Beatles, àquelas melodias simples que ficam a saltitar na nossa cabeça mesmo depois de já terem acabado de tocar.


Outro dos destaques que eu faço deste Circles é “Ballad of Franz Reichelt”, uma canção mais darkside, mais dramática, com muito mais dimensões e camadas, e que, talvez seja das que mais me marcaram no álbum pela sua complexidade. É um dos momentos mais intensos de Circles (e do EP que o antecedeu), especialmente com o seu final épico e transcendente.



Não se pode ouvir o álbum dos Pastis sem parar em “Valour Valour”. Adoro a profundidade da canção, adoro a voz e o riff de guitarra. Lembra-me um tanto “A Day in The Life” dos Beatles. Acho esta uma das melhores musicas do álbum, não sei se pela toada mais épica da melodia, se pela multidisciplinaridade dos instrumentos que vão aparecendo ao longo da canção e que se vão instalando confortavelmente nos meus ouvidos. Acho que "Valour Valour" é muito bem pensada e que deve soar ainda melhor quando a ouvimos ao vivo.




E o último destaque vai para “Circles”, a musica que dá nome ao álbum, e que acaba por ser um belo resumo de tudo o que ele nos traz: é muito bem pensada cheia de subtilezas e de muitas coisas bonitas.

Se eu já tinha uma grande estima por bandas nórdicas (como os Satellite Stories ou os Datarock por exemplo…), fico sempre fascinada com a forma limpa e mágica como eles fazem rock do bom. É como se este álbum fosse fosse mágico e se me encaixasse nas orelhas assim mesmo tão bem desde que começa a tocar ate que acaba.
Os riffs de guitarra que aparecem em cada uma das canções de Circles ajudam-nos a viajar pelo que de melhor se faz no indie-rock da Finlândia, fazendo-nos viajar a boas memórias do Brit-Pop inglês, sempre em canções límpidas, onde se nota a mestria de cada instrumento, sem jogos de mímica, sem fogo de artificio.
A musica devia ser sempre assim, de tão fácil entendimento, independentemente das fronteiras e da distancia.

Já não é a primeira vez que se fala aqui nos Pastis, é uma verdade, e eu acredito que não será a ultima.

“… it’s all right, it’s all right, they can never break your mind…” em Disco Volante.

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