Porto Primavera Sounds, as crónicas de um festival - dia 3

3º dia, muitas gargalhadas e cheios de espirito de festival (como se quer) lá voltamos ao Parque da Cidade. Já sem a enchente do dia anterior, tudo a meio gas. Ou vá, mais a meio gas do que é normal num sabado de festival.

Esperava-nos um dia consederavelmente menos morno que os anteriores (ainda que com James Blake e Blur (sempre os Blur a atormentarem nos o espirito??? Que estranho, nem parece meu.) como base de comparação...), e um tempo muito mais ameno, agora sim a lembrar a Primavera que ainda não se faz bem sentir no Porto. 


E pronto, começámos com um dos momentos do festival, os Paus, que para mim teriam que ter estado num dos palcos principais (dada a programação quer do 3º dia quer dos anteriores.). Inegávelmente os Paus são uma das grandes bandas nacionais do momento (e espera-se que de muito tempo), e trouxeram a um cheio palco secundario (mais terciario para dizer a verdade) uma explosão de alegria, palmas e dança que poucas vezes se viu este ano no Primavera.
Seguimos com a companhia dos The Sea and The Cake, e eu gostei muito. Confesso que fiquei agradavelmente surpreendida por dois momentos de alegria, num festival que eu já disse foi morno, morninho, e em muitos momentos frio. E não estou a falar do tempo.

Mais tarde, no palco Pitchfork uma das poucas explosões da noite (e do proprio festival acrescente-se...) os Savages, enquanto no palco SuperBock os Liars davam um bom concerto também. Enquanto esperavamos por Titus Andronicus, resolvemos passar (e repousar um pouco também...) até começar Dan Deacon, muito interactivo com o publico, com um som muito interessante e captivante, que se não fosse quem vinha a seguir teriamos ficado a ver, a dançar e a rir.

E sim, o meu festival acabou com Titus Andronicus. E foi bom. Embora tenha que dizer desde já que me aborrece muito quando os artistas do palco principal (e os senhores do som) não tem propriamente respeito pelas bandas dos palcos secundarios e fazem com que, mesmo com a banda a tocar ainda tenhamos que "levar" com o som dos outros palcos. Tanto que Patrick Stickles (o excentrico? nã... o maluco lider da banda) em cada pausa nos tenha dito: "Lady's and Gentleman, this are My Bloody Valentine". 
Dos Titus Andronicus o que dizer? Que foi o primeiro momento de Rock do festival. Mas Rock à séria, com crowdsurf, disparates, tronco nu e cenas que tal. (Mas que nunca, em momento algum esteve perto do fabuloso concerto dos Black Lips do ano anterior onde voavam pessoas do palco, o publico aplaudia em cada segundo, havia saltos e se cantava.). 

Na ressaca do festival, o que dizer então? 
Dizer que foi dificil escolher o top 5 de concertos. Não porque foram todos excepcionais. Longe disso. Mas, porque foi tudo mais ou menos. Se foi mau? Não, não foi, mas também não foi excepcional como o que se está a espera de um festival com o "selo" Primavera Sounds.

Pois é, e assim, acabou se o que era bom. Esperamos que para o ano haja mais. Porque não há recinto como este. Porque não ha tasquinhas como as nossas. Porque mais nenhum festival tem Wine Bar (também nenhum outro tem tanta falta de barraquinhas de café...) MAS eu, particularmente, espero que, no proximo ano, a organização se volte a esforçar, como o fez no ano passado (e se esqueceu de fazer este ano), e que para o ano, o Porto Primavera Sounds possa estar ao nivel do de Barcelona, com bandas que criem momentos inesqueciveis (não estou a falar em momentos comerciais, entenda-se. Estou a falar de momentos inesqueciveis, daqueles em que até podemos não saber quem está a tocar, mas quando descobrimos chegamos a casa e vamos ouvir mais...), e que o morno deste segundo ano volte a ser o "brutal!!!" do primeiro. Chavininha Dixit.


O meu Top 5:

1 - Blur. (Para mim o unico momento de Festival com F grande.) 
2 - James Blake. (se tivesse sido num fim de tarde seria "o" concerto.)
3 - Paus. (Haja saltos, haja palmas, haja rock!)
4 - Local Natives ou Deerhunter (começa a parte em que é dificil escolher.)
5 - Glass Candy ou Grizzly Bear. (Dificil escolher entre os dois, porque creio que se tivessem mudado a localização dos concertos ambos tinham potencial para estarem mais para cima na minha lista.)


Menção honrosa: não posso não referir os Titus Andronicus que mesmo com o som do palco principal a atrapalhar nos deram um excelente concerto, e os Four Tet, que tiveram a dificil missão de serem a banda do "palco ao lado" antes dos Blur.

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