Porto Primavera Sounds, as crónicas de um festival - dia 2

Pois é, cá estou eu, de volta, para falar no que de melhor se passou ontem no Parque da Cidade. Acabadinha de acordar, confesso, e ainda com sono. Portanto tudo o que aqui for escrito, podem acreditar que é sincero. Por mais voltas que dê para contar o que se passou ontem, a única coisa de que de facto me apetece falar é do estrondoso concerto dos Blur. Ainda que antes disso tenha havido um concerto bastante interessante dos Local Natives, num fim de tarde muito agradável (que foi transmitido pela Antena 3, e portanto Miss Concertina também pode opinar...), uma passagem muito rápida, confesso, pelo concerto dos Swans, e 20 minutinhos mágicos de Melody's Echo Chamber (que fez com que me apetecesse que ela cá voltasse numa sala).

Estávamos então preparados para começar a noite de Rock. Facto. Que abriu muito bem com os Grizzly Bear (ainda que, e em comparação com o ano passado, tudo me continue a parecer muito morno...). Ainda que o concerto dos Grizzly Bear tenha sido bom, a esta hora (como, acho eu, que desde que o recinto abriu), o que toda a gente queria ver eram os Blur. Havia grupos de ingleses e italianos que se reuniam a cantar as músicas dos ingleses, ignorando tudo o que se passava nos outros palcos. Ou, em qualquer sitio do recinto. Como se fosse um presságio do que se iria passar a seguir.

01:25 a.m. Entram em palco os reis da noite. Magistralmente liderados por Damon Albarn, que trouxe uma energia notável ao concerto, e fez com que a guitarra de Graham Coxon, o baixo de Alex James e a bateria de Dave Rowntree nos levassem de volta a um tempo em que todos já fomos felizes. (desengane-se aqui quem achar que a Chavininha era fã dos Blur, porque não. isto não é um relato de fã saudosa). Com um alinhamento absolutamente irrepreensível, que fez com que a energia que se vivia no Parque da Cidade fosse aumentada para o triplo, o que aconteceu ontem foi um excelente concerto, devidamente acompanhado por um coro e por instrumentos de sopro. Como se de repente o Primavera Sounds fosse Glastonbury e a pausa que a banda fez durante tantos anos nunca tivesse existido.

De uma simpatia contagiante, Damon Albarn conquistou o público, que cantava as musicas do inicio ao fim, saltando e batendo palmas. Acho que nunca vi o recinto tão cheio para ver banda nenhuma como esteve para os Blur. E não era só para ver. Era para participar, para fazer parte da reunião de amigos que ali se viveu. Todas as músicas que toda a gente queria ouvir foram tocadas ontem. E arrepiava quando tocaram "The Universal"; a magia que estava no ar e as vozes em coro a cantar "It really, really, really could happen, Yes, it really, really, really could happen, When the days they seem to fall through you, well just let them go...". E não, não poderiam nunca ter ido embora sem tocar Song #2 que deixou o recinto aos saltos, e a achar que sim, que os Blur tinham sido "a" banda deste festival.

Depois ainda fomos ver Glass Candy, numa das tendas (que no ano passado tinha sido o palco de concertos míticos como Beach House, Weeknd ou Black Lips), mas mesmo aqui, o ambiente estava morno. E nem a mestria de Johnny Jewel no comando da mesa de som, nem a excentricidade de Ida No (que gritava como se não houvesse amanhã) nos fez esquecer do frio que entretanto se tinha começado a fazer sentir, e muito menos do que tinha acontecido no palco principal meia hora antes...

Confesso que a única coisa que de facto me apetece dizer deste segundo dia de Primavera Sounds foi que finalmente, ao segundo dia fez se rock. E vivam os Blur!

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