Curtas: Ana Cláudia, "De Outono"

Bem-vindos ao mundo de Ana Cláudia.
Já ouviram falar dela?
Provavelmente (não).

(Eu lembro-me de a ter escutado numa das colectâneas dos Novos Talentos FNAC.
E mais recentemente, ouvi-a cantar em alguns dos concertos d'O Martim.)

O seu EP "De Outono" saiu há dias, com o selo NOS Discos, e a produção brilhante de Ben Monteiro - sim, esse mesmo, dos D'Alva.
E posso descrevê-lo com apenas uma palavra: aconchego.





É isso que sinto quando ouço as canções de Ana Cláudia, melodias que nos aquecem a alma de forma perfeita nestes dias instáveis.
Seja envolvida em jazz, em electrónica, em pop ou em MPB, a sua voz é suave, é quente, é doce.

A porta abre-se para o outono, com uma "Colher de Chá" recheada de cores e sabores que nos confortam. A deslumbrante "Bailarina" conduz-nos até uma versão fabulosa de "João e o Pé de Feijão" de Cícero (para quem não sabe, é um músico brasileiro) - uma canção de ambiente mágico, e arranjos demasiado bons. 




E como «ainda não fazem pessoas de algodão» que nos enxuguem as lágrimas, o "Riso" não foi esquecido. E nesta canção, a voz de Ana Cláudia soa serena, feliz, acompanhada por um beat electrónico a fazer recordar Sohn e James Blake.




Sim, a pop com toque electrónico fica-lhe bem, mas há "Outro Caminho", o da MPB. O último tema do EP não nos deixa indiferentes, talvez seja do ritmo, talvez seja da melodia.
O refrão é bonito.
E aos 6'20'', uma certeza: o estilo "MPB" assenta-lhe que nem uma luva.
Talvez seja esse o caminho dela.

"De Outono" são cinco canções que aconchegam, que se podem ouvir sempre mas que nos soam melhor naqueles dias mais cinzentos.
A melancolia invade, mas daquela que é tudo menos triste.
Daquela que nos dá uma sensação de conforto.

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