Portugal Festival Awards: uma noite de prémios sem surpresas
Pipocas e gin à parte, a cerimónia dos Portugal Festival Awards, que teve lugar na passada terça-feira no Cinema São Jorge, foi pouco surpreendente.
Pelo menos no que aos prémios diz respeito.
O NOS Alive voltou a ser o grande vencedor, com os mesmos 4 galos do ano anterior (+1, para melhor actuação ao vivo internacional, que voltou a ser dos Arctic Monkeys), seguido do Vodafone Paredes de Coura que levou para casa outra vez o prémio para Melhor Festival não Urbano e Melhor Campismo (+1, pela melhor activação de marca).
Créditos: Concertina |
Milhões de Festa e Sumol Summer Fest voltaram a sair vencedores nas suas categorias, a Queima das Fitas de Coimbra foi o Melhor Festival Académico e o Indie Music Fest, o Melhor Micro Festival.
O NOS Primavera Sound não saiu de mãos a abanar, e foi premiado com o galo para o festival que mais contribuiu para o turismo em Portugal.
Em ano de estreia, disse o júri que o Lisb/On #Jardim Sonoro apresentou a Melhor Comunicação.
E que o Sol da Caparica foi o que mais contribuiu para a divulgação da música portuguesa - e aqui tenho de discordar. Eu votei no Bons Sons, que felizmente não ficou de fora dos vencedores e levou o prémio para o festival mais sustentável. porque apesar de não ter lá estado, foi o cartaz que mais me pareceu promover os novos artistas e a «nova» música portuguesa.
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Mas nem só de organização vive um festival.
Aliás, o melhor de tudo ainda é a música.
E os Buraka Som Sistema levaram para casa o prémio para Melhor Actuação ao Vivo - Artista Nacional, enquanto que o galo na mesma categoria mas para Artista Revelação foi para Jimmy P.
O que nos leva às performances.
O moço até que não esteve mal, animou a malta. Só que lá em cima, mal se ouvia a orquestra, que deveria ter criado um momento diferente. O mesmo aconteceu na actuação dos For Pete Sake (a mais longa, acho eu). Já a de Sequin, que eu até acho um projeto interessante, desiludiu-me, que a música não me soou nada bem.
Time For T fechou os momentos ao vivo com uma versão muito bonita de "Free Hugs", com a orquestra a mostrar finalmente a sua essência.
E, claro, os D'Alva que com a sua deliciosa "Primavera" e uns arranjos belíssimos aqueceram a sala do São Jorge.
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E antes de continuar, uma nota: se calhar, sou suspeita, porque dos nomeados, só gosto mesmo de dois. Mas, mesmo assim, continuo a achar que os D'Alva deveriam ter levado o prémio para casa, porque em seis meses ganharam, por mérito próprio, um lugar na música pop nacional. o disco é demasiado bom para nos passar ao lado e os seus concertos são «altamente». Eles dão tudo e o público corresponde.
Só por isso deviam ter ganho.
E a cerimónia?
Bem melhor que a do ano passado.
Do espaço, aos apresentadores, dos efeitos musicais ao (in)formalismo do evento.
À excepção de algumas manifestações de desagrado no seio do público, e do intervalo que parecia nunca mais ter fim, a coisa passou-se relativamente bem.
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Muito por causa dos apresentadores da gala, Luísa Barbosa e Diogo Dias.
Descontraídos, animados, divertidos, a puxarem pelo público e pelas reacções, com graça sem cair no ridículo.
Ajudaram a fazer a festa. Que é o que se quer.
Mais uma vez, discute-se a justiça na entrega dos prémios.
Os resultados foram, na maioria das categorias, previsíveis.
Olhando bem para o panorama - e para o anúncio dos Muse como cabeça-de-cartaz do NOS Alive '15 - não se adivinham grandes mudanças no pódio em 2015.
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