Angus and Julia Stone, ou outra forma de dizer "fins de tarde cor de rosa".
Hoje é dia de por a escrita em dia, e falar de coisas que já devia ter falado.
E começar por onde?
Pelo incontornável terceiro álbum de Angus and Julia Stone, claro.
Falar em Angus e Julia Stone (e no seu álbum homonimo), é falar em harmonia (vocal e não só). É falar em guitarras suaves (mas não lamechas e deslavadas). Em baterias contidas (e marcantes).
É falar em intensidade.
Naquela intensidade que toca ali naqueles cantinhos que marcam mesmo, sem que para isso seja preciso tocar alto ou ser mais do que (só) incisivo.
E começar por onde?
Pelo incontornável terceiro álbum de Angus and Julia Stone, claro.
Falar em Angus e Julia Stone (e no seu álbum homonimo), é falar em harmonia (vocal e não só). É falar em guitarras suaves (mas não lamechas e deslavadas). Em baterias contidas (e marcantes).
É falar em intensidade.
Naquela intensidade que toca ali naqueles cantinhos que marcam mesmo, sem que para isso seja preciso tocar alto ou ser mais do que (só) incisivo.
A conjunção (perfeita, digo eu) entre as vozes dos irmãos Stone é mágica, e leva nos sempre para um sítio bom, mesmo quando os temas das músicas são términos de relações ou mesmo o "levar o gato á rua" ou outra qualquer coisa mais banal.
Essa tal conjugação de vozes é a que traz verdadeiramente magia a banda, e mais do que outra coisa qualquer, a que lhe dá identidade e que a torna inconfundível.
Se por um lado Angus é o responsável por todas as músicas com um carácter indie ou mais ritmadas, com o seu tom mais magoado, ou com a raiva mais contida, ou as vezes até mais indiferente/cru (sem que isso seja de todo mau), sempre com um ar muito sincero, fazendo-nos acreditar em cada uma das palavras que diz, Júlia é dona e senhora de uma voz muito mais característica é emotiva, daquelas que contam estórias (ou cantam estórias e falam), quer seja de forma mais delicada, mais incisiva ou mesmo mais lânguida, e leva nos a universos mais blues ou mais pesados, sem que nunca nos esqueçamos do que estamos a ouvir, sem perder por um segundo a sua identidade (e a da banda) e a sua intensidade característica.
Deste álbum homónimo destaco 4 músicas: "Heartbreak" com um ritmo muito próprio, uma cadência marcada por uma bateria e um baixo poderosos e uma letra mais do que brilhante, "Heart Beats Slow", que é a minha preferida do álbum inteiro, e que soa ainda melhor com sol, e praia e pores-do-sol cor de rosa.
"Heart Beats Slow", para mim é a que tem a melodia mais interessante e mais bem conseguida e a história mais bem contada (cantada?). Tem uma força qualquer escondida que vem aqui cantada de forma quase mágica e que não se consegue parar de ouvir.
"Do Without", com uma letra brilhante e doce e com a voz dos irmãos Stone em sintonia a cantar o desamor e a indiferença de forma poderosa.
E "Other Things" marcada pelo estilo inconfundível do duo, quase falado, quase sussurrado a embalar e a tomar conta dos pensamentos de quem a ouve de forma suave mas incisiva, como normalmente não me acontece com bandas deste género.
"Heart Beats Slow", para mim é a que tem a melodia mais interessante e mais bem conseguida e a história mais bem contada (cantada?). Tem uma força qualquer escondida que vem aqui cantada de forma quase mágica e que não se consegue parar de ouvir.
"Do Without", com uma letra brilhante e doce e com a voz dos irmãos Stone em sintonia a cantar o desamor e a indiferença de forma poderosa.
E "Other Things" marcada pelo estilo inconfundível do duo, quase falado, quase sussurrado a embalar e a tomar conta dos pensamentos de quem a ouve de forma suave mas incisiva, como normalmente não me acontece com bandas deste género.
Claro que Angus and Julia Stone, o álbum, é muito mais do que isto.
Desde incursões mais blues em "Little Whiskey" ou em "Death Defying Acts" a momentos mais Indie como em "Get Home", "Main Street" ou mesmo em "Grizzly Bears", até momentos mais acústicos como em "Wherever You Are", por exemplo.
Desde incursões mais blues em "Little Whiskey" ou em "Death Defying Acts" a momentos mais Indie como em "Get Home", "Main Street" ou mesmo em "Grizzly Bears", até momentos mais acústicos como em "Wherever You Are", por exemplo.
A verdade é que Angus and Julia Stone, o álbum, vem cheio de coisas boas, de repetições de ideias e palavras, de momentos que fazem sorrir, de sons profundos, de uma simbiose quase perfeita de vozes que se antagonizam e se completam formando um todo muito coerente e mágico, tudo a cheirar a fins de tarde de sol. Com Julia a oscilar entre o mais calmo e o mais agitado e Angus a manter a pose e a ajudar a viagem, guiando a e sendo muitas vezes o pilar mais precioso desta construção.
Se é o álbum perfeito?
Isso deve ser respondido como o faria um amigo meu, dizendo que "nunca nada é demasiado"... Mas para já sim, é. É aquele tipo de "perfeito" que pode durar uma semana ou um mês, mas que não o deixa de ser. Pelo menos para mim.
Se é o álbum perfeito?
Isso deve ser respondido como o faria um amigo meu, dizendo que "nunca nada é demasiado"... Mas para já sim, é. É aquele tipo de "perfeito" que pode durar uma semana ou um mês, mas que não o deixa de ser. Pelo menos para mim.
"...there's Other Things on my (your) mind, So close the fucking door..." em "Other Things"
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