Uptown Special, de Mark Ronson: ou "meu" álbum perfeito.
Nota inicial: é pública e assumida a minha fixação por Mark Ronson. Sendo que, aqui, em Uptown Special ela é agravada pela minha outra fixação por nomes como Stevie Wonder, Bruno Mars, Andrew Wyatt e pelo próprio funk por si só. Portanto, este é um post faccioso e com opiniões discutíveis. Mas são as minhas e eu assumo as.
Hoje é dia de falar do terceiro álbum de Mark Ronson, Uptown Special, o disco que tem sido responsável por muitas tardes de banda sonora laboral, e que é muito recorrente no gira-discos lá de casa desde que saiu, algures em Janeiro.
Não que me apetecesse muito falar sobre ele, digo já.
Porque as vezes acho que não há assim tanto para dizer e que só quem me conhece vá de facto entender a minha fixação por este álbum. Como se, ao falar sobre Uptown Special acabasse por me expor de alguma forma.
Outras vezes também acho que, quando alguma coisa é assim tão especial, se se falar sobre ela se estraga. Como se acabasse a magia ou qualquer outra maluquice do género.
O que vai aqui acontecer aqui então é que eu vou "só" tentar explicar porque é que Uptown Special entrou directamente para a lista dos meus álbuns preferidos.
O que acaba por ser tão ambíguo como estranho. E que, por outro lado, é tão natural e simples ao mesmo tempo. Como o facto de eu ser quem sou e mais nada.
Então, e posto isto, vamos lá tentar explicar tudo. Até porque há outros álbuns ali à espera e não temos assim muito tempo para falar neles todos.
Porque as vezes acho que não há assim tanto para dizer e que só quem me conhece vá de facto entender a minha fixação por este álbum. Como se, ao falar sobre Uptown Special acabasse por me expor de alguma forma.
Outras vezes também acho que, quando alguma coisa é assim tão especial, se se falar sobre ela se estraga. Como se acabasse a magia ou qualquer outra maluquice do género.
O que vai aqui acontecer aqui então é que eu vou "só" tentar explicar porque é que Uptown Special entrou directamente para a lista dos meus álbuns preferidos.
O que acaba por ser tão ambíguo como estranho. E que, por outro lado, é tão natural e simples ao mesmo tempo. Como o facto de eu ser quem sou e mais nada.
Então, e posto isto, vamos lá tentar explicar tudo. Até porque há outros álbuns ali à espera e não temos assim muito tempo para falar neles todos.
Começo já por dizer uma coisa que eu sei que vai ser entendida como algo controversa (temos pena!): apesar do super-hit deste Uptown Special ser "Uptown Funk", e de eu achar a música para lá de muito bem conseguida, não a acho, de forma nenhuma, a melhor música do álbum.
Sim, já sei, está sempre em 1 ou 2 lugar dos tops de vendas desde que saiu, esteve 14 semanas seguidas em número 1 da Billboard, passa na radio a toda a hora, toda a gente a canta (até o meu pai!), é banda sonora dos resumos da Champions League e essas cenas todas e mais algumas.
Aqui a minha questão é que ela acaba por ser um momento quase à parte do que se passa no resto do álbum. Como se o espaço perfeito para ela não fosse ali mas num outro sitio.
O que me parece também é que quem estivesse a espera de um álbum à imagem desta musica acabou por ter uma grande desilusão. Mas pode ser impressão minha.
Aqui a minha questão é que ela acaba por ser um momento quase à parte do que se passa no resto do álbum. Como se o espaço perfeito para ela não fosse ali mas num outro sitio.
O que me parece também é que quem estivesse a espera de um álbum à imagem desta musica acabou por ter uma grande desilusão. Mas pode ser impressão minha.
Assim, e como não foi esse o meu caso, vou antes começar pela música que eu acho que é a mais perfeita (ou seja a master-piece) de Uptown Special: "Crack in The Pearl", cantada por Andrew Wyatt, o vocalista dos Miike Snow, parceria já habitual nos álbuns de Mark Ronson e nos concertos e tudo e tudo e tudo. Wyatt que é, para mim, a escolha mais do que perfeita para esta música. E para esta história.
A musica que, se virmos bem, é "quase" o fio condutor de todo este álbum. A sua entrada suave faz a ponte perfeita para a voz, que faz a simbiose perfeita com a própria letra e consequentemente com a história que ela nos conta. Como se "Crack in the Pearl" fosse indivisível e não a conseguisse analisar por partes: um todo mais do que perfeito e sem falhas. Introdução, historia, final. Ponto.
A musica que, se virmos bem, é "quase" o fio condutor de todo este álbum. A sua entrada suave faz a ponte perfeita para a voz, que faz a simbiose perfeita com a própria letra e consequentemente com a história que ela nos conta. Como se "Crack in the Pearl" fosse indivisível e não a conseguisse analisar por partes: um todo mais do que perfeito e sem falhas. Introdução, historia, final. Ponto.
De qualquer forma e posto assim como eu pus pode parecer que a musica é estatica. Mas não. É tudo menos isso. "Crack in the Pearl" é daquelas músicas que quanto mais vezes eu ouço, mais coisas novas eu lhe descubro. Mais harmonias, mais jogos de palavras, assim como se fosse um daqueles sítios que nos "mostra" recantos novos de cada vez que lá vamos.
Tão complicadamente simples e complexa ao mesmo tempo. Como só Ronson (lamento a repetição) sabe (tão bem) fazer.
"Crack in The Pearl" é a introdução e a conclusão de Uptown Special. E é a sua historia central, se a ouvirmos bem.
É a música que a mim mais me inspira. (Nada a fazer quanto a isso.) Até porque a realidade é que sim, a introdução e o final ("Uptowns First Finale" e "Crack in the Pearl, Pt II") tem como base esta mesma música, aqui com a ajuda mágica de Stevie Wonder, e de todos os outros que participam no álbum.
É a música que a mim mais me inspira. (Nada a fazer quanto a isso.) Até porque a realidade é que sim, a introdução e o final ("Uptowns First Finale" e "Crack in the Pearl, Pt II") tem como base esta mesma música, aqui com a ajuda mágica de Stevie Wonder, e de todos os outros que participam no álbum.
Uptown Special traz também outros momentos de grande qualidade, como "Summer Breaking" ou "Heavy and Rolling", que, numa primeira audição não são assim tão diferentes. "Summer Breaking" com a voz enigmática de Kevin Parker dos Tame Impala e "Heavy and Rolling" com a ajuda de Andrew Wyatt outra vez.
As duas com um sabor especial old school, que me levam aquelas imagens cinematográficas de glamour na Califórnia dos anos 70, daquelas casas com projectos de Howard Lapham, no meio do deserto, entre cocktails coloridos, à volta da piscina e com aqueles flamingos cor de rosa no jardim (aqueles que eu gosto tanto), tudo com um ar assim mais disco e muito pouco funk.
E, por falar em funk...
O funk chega no máximo do seu esplendor, reinventado com a ajuda preciosa de Mystikal em "Feel Right", que, desde o início é das minhas preferidas (e mais ouvidas também).
Sempre gostei mais dela do que de "Uptown Funk" e, confesso que, desde que a ouvi, tudo, desde as guitarras à percussão, reflectem o que de melhor tem o funk. E, obviamente também, que acho que há aqui influencia directa de James Brown. E que sim, que isso me dá aquela vontade enorme de dançar. E de ouvir de novo. E de dançar tudo outra vez.
O funk chega no máximo do seu esplendor, reinventado com a ajuda preciosa de Mystikal em "Feel Right", que, desde o início é das minhas preferidas (e mais ouvidas também).
Sempre gostei mais dela do que de "Uptown Funk" e, confesso que, desde que a ouvi, tudo, desde as guitarras à percussão, reflectem o que de melhor tem o funk. E, obviamente também, que acho que há aqui influencia directa de James Brown. E que sim, que isso me dá aquela vontade enorme de dançar. E de ouvir de novo. E de dançar tudo outra vez.
As "novidades vocais" de Uptown Special são a presença de Keyona Starr em "I can't lose" (a única voz feminina do disco aliás) e a de Jeff Bhashker em "In Case of Fire".
Sendo que, a presença de Bhashker, e desta música, no disco a mim me tenha feito mesmo muita diferença. Quer pela sua voz, quer pelo próprio groove da música em si. Isto tudo sempre muito bem acompanhado pela guitarra de Ronson, que é o elemento mais importante das músicas, e com arranjos que são, no mínimo, do outro mundo.
O mesmo acontece em "Leaving Los Feliz", que tem exactamente a mesma estrutura trabalhada, e riffs de guitarra melodiosos e colantes.
O mesmo acontece em "Leaving Los Feliz", que tem exactamente a mesma estrutura trabalhada, e riffs de guitarra melodiosos e colantes.
Chegada aqui acho que só me falta falar em "Daffodils", outro daqueles momentos deliciosamente old school/up-to-date que só podiam ter a mão de Ronson. (e, a realidade é que, ou é de mim, ou a própria música nova dos Tame Impala, "Let it Happen" tem tanto de Uptown Special e deste "Daffodils" como o próprio álbum tem dos Tame Impala?)
Kevin Parker que conduz a letra e os samplers, a melodia e as guitarras, a história e tudo o resto.
"Daffodils" que, eu confesso, não me entrou á primeira, mas que, se me entranhou bem, como se fosse uma das partes mais importantes e mais marcantes do álbum e não pudesse pertencer a mais lado nenhum senão aqui.
Kevin Parker que conduz a letra e os samplers, a melodia e as guitarras, a história e tudo o resto.
"Daffodils" que, eu confesso, não me entrou á primeira, mas que, se me entranhou bem, como se fosse uma das partes mais importantes e mais marcantes do álbum e não pudesse pertencer a mais lado nenhum senão aqui.
De Uptown Special eu terei sempre muito mais do que isto para dizer.
Desde falar no cuidado estético que há na própria imagem do disco, do cuidado que há nas apresentações do mesmo (e das próprias figuras/personagens de quem o compõe), das apresentações mais do que cuidadas (cuidadosas?) ao vivo, da influência de James Brown (ou mesmo do próprio Nile Rodgers, por exemplo), ao cuidado extremo do som de todas e cada uma das músicas.
Tudo que é preciso ter-se para se lançar um disco destes e com esta qualidade em 2015.
E, como é fácil de perceber, por aqui, com todas estas premissas dava conversa para meses, no mínimo.
Desde falar no cuidado estético que há na própria imagem do disco, do cuidado que há nas apresentações do mesmo (e das próprias figuras/personagens de quem o compõe), das apresentações mais do que cuidadas (cuidadosas?) ao vivo, da influência de James Brown (ou mesmo do próprio Nile Rodgers, por exemplo), ao cuidado extremo do som de todas e cada uma das músicas.
Tudo que é preciso ter-se para se lançar um disco destes e com esta qualidade em 2015.
E, como é fácil de perceber, por aqui, com todas estas premissas dava conversa para meses, no mínimo.
A mim restam me duas coisas: primeiro, continuar a achar mesmo graça (sem ponta de ironia) a que, toda a gente ache que Uptown Funk seja uma música de Bruno Mars (de quem eu sou assumidamente fã, desde aquele momento tão mágico que foi a versão de Mars de "Under The Sea" da pequena sereia, num concerto da BBC há uns anos.)
E porquê?
Porque enquanto forem achando que a música não é de Mark Ronson eu vou conseguindo ficar com ele só para mim.
Porque eu sou um bocado ciumenta em relação as coisas que eu gosto e só assim não se confunde "Uptown Funk" com Uptown Special. E assim, Ronson pode continuar a ser o meu "sonho de consumo" musical, ou como eu continuo a dizer o meu #numberoneguy e a surpreender-me a cada produção e a cada trabalho. Como se fosse aquele segredo mesmo bem guardado capaz de nos encher de orgulho.
E porquê?
Porque enquanto forem achando que a música não é de Mark Ronson eu vou conseguindo ficar com ele só para mim.
Porque eu sou um bocado ciumenta em relação as coisas que eu gosto e só assim não se confunde "Uptown Funk" com Uptown Special. E assim, Ronson pode continuar a ser o meu "sonho de consumo" musical, ou como eu continuo a dizer o meu #numberoneguy e a surpreender-me a cada produção e a cada trabalho. Como se fosse aquele segredo mesmo bem guardado capaz de nos encher de orgulho.
Mas, eu disse duas coisas, certo?
A segunda? simples: vou ali só por o disco a tocar outra vez.
Não sei se já disse isto mas é amarelo o vinil.
Assim como o sol que brilha lá fora.
E sim, como o sol, também é assim para lá de muito bom.
E é todo meu, este. E eu não o dou a ninguém. ;)
Não sei se já disse isto mas é amarelo o vinil.
Assim como o sol que brilha lá fora.
E sim, como o sol, também é assim para lá de muito bom.
E é todo meu, este. E eu não o dou a ninguém. ;)
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