O regresso em força de Florence + The Machine
O novo disco de Florence & The Machine está finalmente a rodar cá em casa.
Confesso o meu entusiasmo, sobretudo desde que ouvi "What Kind Of Man", um dos singles, que simplesmente me arrebatou por completo, tal a força que a canção transmite.
Foi um assombro.
É um dos grandes momentos deste disco.
O crescendo, a explosão soam incríveis e é de facto um hino - sim, é um hino contra a violência. É força, é agressividade, é vontade de lutar.
É avassaladora. E o toque wagneriano é perfeito.
Antes, e a abrir o disco, "Ship To Wreck".
Gosto do beat mais pop, e a bateria está impecável.
É daqueles que se vão entranhado, é «simples» - soa claramente menos elaborado musicalmente que muitos outros - mas é catchy q.b.
No tema título, "How Big, How Blue, How Beautiful", a mesma fórmula: início calmo para depois ganhar força e crescer. o toque clássico, a orquestra, o efeito musical nos dois minutos finais do tema.
Mas não há só elementos clássicos.
Em "Queen of Peace", a estrela é a bateria. Que marca passo e acompanha «certinha» a melodia.
E há momentos em que os instrumentos dão lugar à voz.
Como em "Various Storms And Saints", "Long & Lost" e "St. Jude".
Gosto da voz de Florence. Gosto de a ouvir cantar, e nestes temas mais despidos de grandes orquestrações, o entrosamento com a melodia, o alcance vocal é mais notório e impressiona.
«hold on to your heart»
Pelo meio, outro grande momento do disco: "Delilah".
Tem ritmo, tem melodia, tem voz e piano.
Sim, pus-me a dançar. Sim, senti-me mais animada.
É, como se diz no estrangeiro, «uplifting».
E deu-me vontade de cantar o refrão bem alto. E de por o volume no máximo.
"Caught" é talvez o momento mais pop, mas é com "Third Eye", que matamos saudades do primeiro disco, daqueles temas que tanto nos encantaram. Acho que é da melodia. Ou se calhar da forma como os instrumentos se encontram.
E, bem doseado, é uma coisa boa.
Em "Mother", retoma-se o ritmo do disco, com um pedaço absolutamente delicioso: a explosão no refrão, acompanhado por bateria e guitarras. o baixo ao fundo a dar cor ao tema. nova explosão no refrão. e um instrumental a dois minutos do fim, para nos recompormos.
A «fórmula» mantém-se até ao fim, tanto em "Hiding" como em "Make Up Your Mind": bateria a impor o ritmo da melodia e a acompanhar uma voz intensa.
É isto que fica do novo trabalho de Florence & The Machine: ritmo, orquestração, e melodias cativantes e que se prendem ao ouvido.
E que no fim nos deixam mais animados.
Como se através da música pudéssemos exorcizar os nossos demónios e afastar as más energias - e não será mesmo assim?
Mesmo nos momentos de descompressão, mais calmos. Nós também os temos, no dia-a-dia, na vida.
É um disco que soa a primavera/verão, a sol, a força, a ânimo, a boas energias, a libertação.
E é para já um dos discos do meu semestre.
Nota Final: a revisão destas linhas foi feita enquanto assistia ao set de Florence & The Machine na edição deste ano de Glastonbury. O concerto foi simplesmente fabuloso, tal a energia, a entrega, a reciprocidade. Flo estava visivelmente feliz, emocionada. E imparável ( e a versão de "Times Like These" dos Foo Fighters foi arrepiante ).
Quase que me apetece ir vê-la ao SBSR...
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