Menos cor no terceiro de James Blake

Há muito aguardado, "The Colour In Anything" é o sucessor do aclamadíssimo "Overgrown" - que ainda hoje continua a ser um dos meus discos dos últimos tempos.
Este, dificilmente o será.

De produção exímia, como Blake já nos tem habituado, é um disco calmo, de ambiente, mais instrumental e experimental, menos emocional. E quando escutado com total atenção, e por muito que me custe afirmá-lo, torna-se repetitivo na forma, com alguns dos temas demasiado longos.

Ainda assim, há momentos que me deixam sempre em modo goosepump, a começar por "I Need A Forest Fire" com a participação de Justin Vernon. É provavelmente uma das minhas canções do ano de 2016: colou desde a primeira vez que a ouvi e nunca mais descolou.



A melodia, a estrutura, a harmonia entre as suas vozes, a tranquilidade, como se nos transportasse para um lugar só nosso junto ao mar, que nos acalma e nos preenche a alma.

Essas são para mim as suas melhores canções deste disco.

As que soam menos mecanizadas, mais pessoais, mais terra-a-terra, em que James Blake nos soa mais vulnerável, largando a capa da distorção electrónica, como em "Love Me In Whatever Way", "Noise Above Our Heads" e "The Colour In Anything". Até mesmo em "Timeless" - que podia muito bem ter saído dos primeiros discos de Blake.



Quanto ao resto do disco, pouco me entusiasma.
É «assim-assim», com canções que não nos arrebatam, não nos provocam, não nos causam alvoroço.
Apenas nos acompanham, qual banda sonora de um dia igual a todos os outros.

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