Breves: "Parcels", Parcels

Os Parcels são o destaque de hoje. São australianos mas foi a mudança para Berlim e a proximidade com a cena musical europeia que os trouxe até nós. Isso, e o apadrinhamento dos Daft Punk.
Muitos descobriram-nos em 2017 com "Overnight", colaboração bastante proveitosa com o duo francês. Mas algumas das suas outras canções, cortesia da Kitsuné, já andavam a causar burburinho.

Em 2018 eis que chega o disco de estreia. Saiu em Outubro, mas só agora me deu para falar nele.
Sente-se desde o primeiro acorde, um ambiente disco, com pózinhos de funk e pop. É harmonioso e sem complexos. Sente-se também, em cada tema, a influência dos Daft Punk - sobretudo se considerarmos o seu ultimo trabalho, Random Access Memories.

groovy "comedown" dá início à festa, de forma gradual e em crescendo, abrindo caminho para "lightenup", dona de acordes identificáveis logo à primeira escuta e uma das canções mais fortes do disco.


Juntamente com "iknowhowifeel", são o porta-estandarte do disco sound, trazendo de volta os anos 70 com pompa e circunstância.


"tieduprightnow" completa a trilogia de canções viciantes, que cantamos inconscientemente, que nos fazem bater o pé e dançar.


A sonoridade 80s em "withorwithout", os sintetizadores de "tape" ou a linha de baixo de "everyroad" são apontamentos simpáticos num disco que dá gozo ouvir.


"Parcels", o disco, é leve, descomprometido e dançável, tornando-o perfeito para a pista de dança. É divertido, quando não lhes dá para os slows, e mesmo aí, é de escuta fácil. É uma prova de que o disco sound não morreu, e que é possível dar-lhe um novo look, neste caso, um novo toque: o electrónico.

E por isso, deixo-vos com as palavras do rapper Dean Dawson, que dá voz ao último tema "credits" (sim, é isso mesmo que estão a pensar...): «just rewind it and play it back from the top».

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