Breves: "Simulation Theory", Muse

Hoje é dia de falarmos sobre "Simulation Theory", o novo álbum dos Muse.

Momentos houve em que não queria sequer escrever sobre isto, e por isso demorei algum tempo a por as ideias em ordem. Tentei ouvi-lo mais do que uma vez em momentos diferentes, esperando respostas distintas, mas a verdade é que repeti sempre o fast forward nas mesmas canções.

E isto já quer dizer muito sobre o disco.

Confesso que me sinto desiludida com este álbum. Não que já não estivesse à espera. As "amostras" soaram tão diferentes, que só poderia resultar num disco disfuncional.

É verdade que estão em modo «back to the future» e praticamente todos os temas têm sintetizadores e aquele toque dos anos 80. Mas isso não chega para dar aos temas um fio condutor... acho eu. 
O piano vai aparecendo de vez em quando fazendo-nos regressar às origens, o que significa que os velhos Muse de "Origin of Symmetry" e "Absolution" não desapareceram por completo - tenho por isso esperança que isto seja só uma fase...


O ambiente apocalíptico, a fixação com teorias da conspiração também não ficaram de lado. "Algorithm", que abre o disco é um dos temas onde melhor se sente esse ambiente. É intensa e dramática q.b. e imagino como seria interessante ouvi-la com uma orquestra live...

"The Dark Side" é outro dos temas positivos de "Simulation Theory". Assim que o ouvi, achei que poderia ter saído do universo de "Black Holes and Revelations" e dos seus robôs dançantes.


Sobre "Thought Contagion", já se sabe, colou assim que saiu no já longínquo mês de Fevereiro, marcada em vídeo pelo ambiente vincado dos anos 80 e uma coreografia inspirada em "Thriller" (de MJ).


O resto, quase nem merece referência. "Something Human" vai ser seguramente um êxito nas rádios, nos concertos e afins mas é um daqueles temas ao nível do mais fraquinho que os Muse já fizeram (em "The 2nd Law", por exemplo). Em "The Void", o tema final, foi apenas a secção de cordas que me prendeu, muito por culpa do efeito "Stranger Things".


Contas feitas, "Simulation Theory" é um disco que não ficará para a (minha) história, à semelhança do que aconteceu com "Drones" e "The 2nd Law". Parece-me, por isso, que teria sido melhor manter a ideia inicial e lançar apenas uma mão cheia de canções (e mais tarde, um disco com outros temas) do que agregá-las num disco sem sentido.

Nota 1: A versão de luxo conta com versões alternativas de 5 temas. e tal como no disco, pouco se aproveita. "Algorithm" e "The Dark Side" não são más mas as acústicas soam a algo parecido com uma boys band... e só uma palavra me vem à cabeça: medo.

Nota 2: os Muse apresentam-se em nome próprio a 24 de julho no Passeio Marítimo de Algés e como sempre espera-se um grande espectáculo. Resta saber como irão integrar as novas canções no alinhamento, que não poderá ser menos do que fortíssimo.

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Imagens de temas por merrymoonmary. Com tecnologia do Blogger.