O regresso às origens

Este fim-de-semana, deixei de lado a cena indie-pop-rock-alternativo dos últimos tempos, e fui redescobrir a magia da música clássica ao vivo.

Primeiro, ao assistir à versão concerto da Ópera "Thaïs", de Jules Massenet, no Teatro Nacional de São Carlos. Dotada de uma "banda sonora" arrepiante e extremamente poderosa, tão bem interpretada pela Orquestra Sinfónica Portuguesa, "Thaïs" conduziu-nos até Alexandria para uma estória de desejo e redenção.




Senti-me de imediato embalada pela música... os violinos, sempre os violinos, esses intérpretes tão especiais de sentimentos, os coros, as interpretações vocais dos solistas conquistaram-me. O que, aliado à ausência de cenários - e consequente curiosidade - foi o suficiente para comprar o dvd da produção de 2008 do MET - o que terá deixado alguém muito contente :)

Já tinha sentido uma especial afeição pelo compositor quando tive oportunidade de ver a transmissão de "Manon" na Gulbenkian, mas desta vez, provavelmente pela escuta ao vivo e a cores, rendi-me à obra de Massenet.

No dia seguinte, em jeito de programa de última hora, fui à Aula Magna para o Concerto de Fim de Ano da Orquestra Sinfónica Juvenil de Lisboa, dedicado também à ópera.




Entre obras de Mozart, Weber, Verdi, Puccini e Wagner, os miúdos da orquestra mostraram todo o seu valor, com interpretações extremamente bem executadas e sobretudo mágicas, conferindo aos intérpretes convidados (coros e solistas), um apoio tão exímio que por vezes as suas vozes eram "ofuscadas" pela força da música. Arrisco mesmo a dizer que em determinados momentos, não se ouviam os solistas a cantar.

Não obstante, foi um concerto fantástico, que terminou com a reprise de "Gloria all'egito", da ópera "Aïda" de Verdi. Uma marcha triunfal fabulosa que nos permitiu compreender o talento destes jovens, tal a sintonia de tantos e diferentes instrumentos, sob a batuta do maestro. Uma figura cheia de estilo, de cabelo branco e com uma franja que acompanha todos os seus movimentos, como nós imaginamos que deve ser.




Últimas notas, plateias de pé, uma ovação. Tanto no São Carlos como na Aula Magna. O futuro da música - e da cultura - em Portugal passa por estes artistas, e eles merecem todos os nossos aplausos.

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