O momento em que se acorda para a música

Há dias, a ler a NME, saltou-me à vista um artigo muito especial para quem gosta de música: "which song made you a music obsessive?"

Pois bem, está lançado o desafio. Devia ser fácil, mas não é. Eu confesso que tenho muitas dificuldades em me recordar do momento exacto em que os meus sentidos despertaram para a música.

Apesar dos meus pais não ligarem muito, a música esteve sempre presente na minha vida. Por causa do programa Zecchino d'Oro (o tal com o Topo Gigio) que o meu pai gravava em cassete para depois eu ouvir. Por causa do meu tio, que atuava em hoteís no Algarve, com quem aprendi a tocar piano e que me ensinou a magia da música clássica. Por causa dos vinis dos Beatles, e outros que tais, que encontrei na arrecadação já tardiamente. Ou por causa dos Bon Jovi, que ouvia em repeat e que em 1994 me fizeram acordar para a magia dos concertos.

Podia dizer que foi o filme "Fantasia", da Disney, que fez com que a minha paixão pela música clássica crescesse. Ou o momento em que ouvi pela primeira vez, na aula de música, um excerto da obra "Peer Gynt" de Edvard Grieg (que cravei ao meu tio assim que pude).




Ou quando ouvi o tema "Spiritual Love" dos Urban Species num anúncio (diz que é da L'Oréal no início dos anos 90) e que ficou gravada na minha mente dias e dias. Até a ter apanhado na rádio, e aí ficou gravada em cassete.




No entanto, bem vistas as coisas, e por mais embaraço que me possa causar, foram as cassetes e os vinis dos Onda Choc que me fizeram descobrir muitos artistas e bandas da cena pop-rock do final dos anos 80, início dos anos 90. Afinal quem não se lembra do tema "És teimosa, caprichosa" versão adolescente de "Money Money" do Billy Idol, ou "Na Minha Idade", um original de Françoise Hardy (Tous les garçons et les filles)?

Eu lembro-me. E guardo com carinho os meus serões a cantar as canções que hoje nos parecem tão tolas.

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