Um belissimo fim de tarde com os Salto
Pois que estamos no Porto, e que está um frio de rachar. Dadas a escolher entre ir a algum sítio beber um chocolate quente ou ir à FNAC ver um showcase dos Salto, parece me que a escolha era demasiado óbvia. Afinal de contas... não só era música como eram os Salto. E que melhor forma de mostrar à Concertina a "boa vida" do Porto?
Chegámos a Santa Catarina (já com um cheiro a Natal) e fomos para a FNAC. Também conseguimos chegar antes do SoundCheck. E se há coisa que eu gosto é do SoundCheck, porque aí é que se consegue ver o sentido de humor da banda, bem como o seu sentido de organização.
"Bota efeitos nisso, oh Macgyver..."
E depois de alguns minutos começa o espetáculo.
"...é um disco fantástico, do melhor que há..." cenas ditas com sotaque inconfundível do Porto, e que fazem com que eu pense que me vou apaixonar 3 ou 4 vezes pelo vocalista (o que depois acaba mesmo por acontecer em cada musica, não pelo sotaque em si, mas pela forma como ele debita cada palavra na sua intensidade maxima e característica.)
O "Macgyver" da caixinha mágica do som conseguiu por os "pós de perlimpimpim" que é preciso: o som estava óptimo, ouvia-se tudo em claro, e os samplers mágicos dos Salto fazem com que eu queira dançar, ali mesmo em plena FNAC, e a partir da primeira música. Dou por mim a pensar que a felicidade não pode andar muito longe disto.
Começam com "Futebol", e depois seguem para "Tanto Que Eu Te Dou", um "electro-indie-funk" maravilhosamente embalado pelas fortes linhas de baixo, precisas e meticulosas, daquelas que mexem cá dentro (sou filha de um baixista "wanna be", tenho sensibilidade musical para estas coisas...). A bateria ajuda à festa. E o publico até adere. Eu já me rendi desde o soundcheck. E a concertina também se abana e bate com as mãozinhas na mesa qual bateria. Temos vista privilegiada sobre o palco, e é nestes momentos que me apetece sempre levar comigo estes sons todos para casa, como se pudessemos guardar estes concertos em frames com som.
Seguem-se "Curti de mais", (a musica dos novos talentos FNAC) e "Coração bate fora" onde se canta "...chove cá dentro e lá fora não... ...o coração bate fora e cá dentro não" com a urgência própria de quem canta como se lá fora, de facto, não houvesse mais vida. Como eu gosto. E a bateria ajuda.
Já em "desaparecer" ouve-se um registo mais rock se calhar, mas onde a bateria ganha claramente muito mais vida. (e que bem que isto me está a soar...)
Entretanto, nas pausas entre músicas a banda oferece águas a quem tem sede, cadeiras para a malta se sentar... E continuam a ser os Salto.
Chegámos então ao segundo single, "Teu par" a música que passa na radio. Aquela que me apetece por sempre mais alto. Seja onde for, esteja onde estiver. É-me impossível ficar imune. Eu quero dançar.
Chegámos então ao segundo single, "Teu par" a música que passa na radio. Aquela que me apetece por sempre mais alto. Seja onde for, esteja onde estiver. É-me impossível ficar imune. Eu quero dançar.
(E porque é que os Salto tocam uma vez por ano no Porto sendo de cá? Não sabemos. Mas também não gostamos. E eu vou tentar não barafustar muito sobre isto.)
Aqui os sintetizadores ficam mais fortes, tudo ganha uma dimensão mais "electro-chique". Riffs de sintetizadores, se é que eu posso dizer isto. Sons que ficam. "Jazz -cenas-coiso" que me lembram os Orelha Negra. Palavras que não me saem da cabeça: "mas quem pensas tu que eu sou? Ninguém te deu a escolher..."
A partir daqui entramos definivamente noutra dimensão dos Salto. Mais melódica e mais electrónica. Que nos leva até ao fim deste concerto. Que acaba com a magnífica "Deixar Cair", onde se tenta que toda a gente cante. E onde o público adere. E a custo, canta.
Fim de festa. Barriga cheia. De volta ao que se passa no mundo e ao frio do Porto.
Quanto aos Salto, e porque prometi que não ia barafustar muito, fico com isto: queremos mais.
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