A Bá e os Bat For Lashes

Recebemos esta maravilhosa review do concerto dos Bat For Lashes da nossa querida Ba:


"Bat For Lashes

HMV Forum – London (Kentish Town)

29 Outubro

The Haunted Man, o 3º álbum do projecto musical de Natasha Khan, Bat for Lashes, foi lançado a 15 de Outubro. A tour em Inglaterra, sua terra natal, começou dia 29 no HMV Forum, numa zona bastante pacata de Londres, onde pudemos testemunhar in loco o mundo mágico de Khan.

As portas abriram às 19h. O concerto estava esgotado, pelo que o meu péssimo hábito de levar as mãos à boca acompanhava a espera, enquanto se preenchiam os dois andares daquela acolhedora sala art deco.

Os Sylver Tongue, projeto de Charlotte Hatherley - que também já acompanhou Bat for Lashes em tournée – foram a banda escolhida para iniciar a noite. Um pop sintético ao género de Twin Shadow, bem interpretado pela protagonista e músicos acompanhantes, proporcionou um bom aquecimento para o público, sendo para nós Something Big o seu momento alto (e, aqui entre nós, bem melhor que a versão de estúdio).

Sylver Tongue 'Something Big' from Sylver Tongue on Vimeo.

E eis que pelas 21h15, depois do lufa-lufa de rodies no proscénio - atentando a todos os pormenores, objectos cénicos e instrumentais, ligações, água e toalhas, set-list junto dos microfones, piano e bateria - Natasha sobe finalmente ao palco, envergando um vestido longo em preto e branco que a evidenciava dos restantes músicos, camuflados entre os rochedos que compunham o cenário: uma praia iluminada por holofotes, numa cena à italiana.

Khan dançou e cantou com uma maturidade nova, toda ela sorriso, toda ela emoção. Como uma tecedeira que não dá ponto sem nó, escolheu Lilies, do novo álbum, para primeiro tema.

And they scented the night. They did, they did…

Dos álbuns anteriores, seguiram-se What’s a girl to do e Glass. Era visível que estava em casa, entre amigos, após uma longa tournée. Confidenciou-nos “I got to go home last night and sleep in my own bed” introduzindo a tão sedutora Travelling Woman. “That’s me”, rematou.

O quase épico Oh Yeah marcou uma mudança de passo, desentorpecendo os ossos. Seguiu-se a também dançável com laivos de soul, All your gold.

“About 100 of my family are here tonight, this one’s for you”, revelou antes de seguir para um novo tema, Marilyn.

De volta ao piano, os aplausos no início de Horse and I provaram que estávamos ainda mais confortáveis com os temas antigos, se bem que as sementes do novo firmavam ali raízes entre fãs e curiosos. Horses of the Sun devolveu o ritmo dançante e demonstrou o quanto Khan evoluiu, numa interpretação a roçar o perfeito, que a música seguinte, Laura, apenas confirmou:

You'll be famous for longer than them
Your name is tattooed on every boy's skin
Ooh Laura, you're more than a superstar

You're the train that crashed my heart
You're the glitter in the dark
Ooh Laura, you're more than a superstar

As músicas fluíam e não queríamos que o tempo passasse. Mas Siren Song ao piano (um metaleiro da velha guarda e ligeiramente embriagado ao meu lado acompanhava com voz gutural “Are you my family” e com as mãos fazia air piano), Prescilla a solo na sua auto-harpa e palmas do público, Rest your Head, A Wall (do novo álbum) e finalmente Pearl’s Dream, o sonho de um alter-ego aqui já superado, conduziam inelutavelmente para o fim.

Os aplausos exigiram encore, e Khan voltou para interpretar aquela que dá o nome ao álbum: The Haunted Man. Para o coro, ergueu no ar um rádio antigo de onde saíram as vozes uníssonas dos seus músicos e, chegado o apogeu:

Still I’m holding out my hand
Started my heart on demand
He’s the ghost that haunt me too
And it’s me and you, all about us

Mas a música com honras de fecho foi Daniel, e dela nos despedimos com acenos retribuídos.

We dream of home too. E esperamos voltar.

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Temos todo o prazer do mundo em ter os nossos amigos a participar aqui no nosso cantinho, por isso aproveitem e façam como a Ba, vão, ouçam, descubram, e contem nos! Que nós fazemos questão de partilhar! :)