Um domingo com os The Walkmen

Isto de ir a concertos a um domingo custa. Mesmo quando uma pessoa é quase viciada nestas coisas. Porque estamos no quentinho do lar e de repente, temos de sair de casa. Ainda por cima, ia sozinha. Sim, porque o passatempo da EiN era para um bilhete simples. E nestas coisas, fica sempre aquele receio de ficar à porta. Felizmente, tal não se concretizou e minutos depois de ter chegado, confirmaram que tinha mesmo ganho acesso ao concerto dos The Walkmen. E lá fui eu.

Não era a primeira vez que os ia ver ao vivo, mas não sabia muito bem o que esperar da noite, já que o último álbum, "Heaven", lançado em Junho não me seduziu nem encheu as medidas quando o escutei. Ia por isso mais para ouvir os temas antigos, nomeadamente "The Rat" - que será provavelmente a melhor canção de sempre de desamor!


 


Perante uma sala quase cheia, Hamilton Leithauser e seus parceiros iniciaram o concerto com temas do novo álbum, que até me soaram bem, provando que ao vivo a música ganha outra energia, outra força. Como "Heartbreaker", uma canção charmosa, dominada por riffs de guitarra, com uma força tremenda ao vivo, sobretudo no refrão, que tão bem ilustra a imagem do vocalista dos The Walkmen.




Aliás, esse registo (que sejamos sinceros não funciona com todos) manteve-se presente em quase todos os temas mais intensos e roqueiros. Olhos semi-cerrados, como se sofresse a cada palavra "gritada", numa entrega arrepiante.

Como em "The Rat". O momento alto do concerto. Aquela por que (quase) todos esperavam. O tema que pôs toda a gente a bater palmas e a saltar e a cantar do início ao fim, como se tivessem recebido uma injecção de adrenalina. Caiu que nem ginjas porque o concerto estava a ser bom mas estava morno.




Para arrefecer os ânimos, "Love Is Luck", também do novo álbum, uma canção que mostra o outro lado de Hamilton, o seu lado mais melódico. tal como em "We Can't Be Beat", uma canção fantástica, apresentada em versão acústica, sem artifícios.

Logo a seguir, o meu momento do concerto. "Heaven" é bateria, é guitarra em perfeita sintonia, é Hamilton Leithauser no seu melhor, é refrão que nos faz querer cantar a plenos pulmões: "remember, remember // all we fight for".




E que nos pôs a cantar durante a espera pelo encore, onde os The Walkmen nos apresentaram mais alguns temas, entre os quais "Everyone Who Pretended To Like Me Is Gone", provavelmente a mais ritmada da noite. A fechar, "Another One Goes By", uma canção que nos faz pensar em bailes de finalistas à americana.



Um final simpático, para um concerto que, sem ter sido brilhante e arrebatador, foi um aquecer de alma numa noite fria de domingo.

we can't be beat, the world is ours

(The Walkmen, em "We Can't Be Beat")

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