Optimus Alive 2013 - a nossa reportagem

Algés, Julho de 2013. Um dos maiores festivais do país estava de regresso à cidade e a gerência andou por lá.

Dia 1

Não fomos. Mas disseram-nos que correu bem. E do que nós vimos, confirma-se.

Dia 2

Diz que Miss Concertina andou o dia todo a sonhar com Tom Smith, vocalista dos Editors. Miss Chavininha, por seu lado, não parava quieta só de pensar em Jamie Lidell. E, por isso, antes de mais, agradecimento especial à organização que nos facilitou a vida e não sobrepôs os dois concertos. que basicamente foram os únicos que assistimos do início ao fim.

Apanhadas por uma enchente de sentido único - o concerto dos Depeche Mode - conseguimos assistir à parte final do concerto de Wild Belle. E, do que vimos, soou-nos muito bem, e com um público de fãs entusiasmados e participativos. Como se quer. (e que simpático que foi vê-los depois a distribuir autógrafos e a tirar fotos com os fãs!)

Às 20h, iniciava-se a atuação de Rhye, uma das que queria ver, nem que fosse só um bocadinho. Felizmente o alinhamento da banda estava do nosso lado e "The Fall" foi o momento da nossa despedida. Que bem que me soube ouvi-la ao vivo, num ambiente tão especial como o do palco Heineken... (que continua a ser o preferido da Chavininha, até porque em muitos casos, no Alive, os momentos únicos vivem-se lá.)

Mas o tempo estava contado e o concerto dos Editors quase, quase a começar. E o que dizer? Para mim foi quase perfeito. Quase, porque não são banda de palco principal em fins de tarde. Ou porque deveriam ter actuado no palco secundário para maior impacto. E aqui tenho de concordar com Miss Chavininha quando me disse que o palco Optimus é demasiado impessoal. E os concertos, pelo menos a grande maioria, perdem aquela magia toda que nos faz vibrar. Porque queremos sentir que aquilo é feito a pensar em nós, público, mas em modo pessoas, em vez de público em modo massa.

Mesmo assim, Tom Smith e companhia apresentaram-se em grande, com um alinhamento que desde o primeiro momento nos pôs a cantar, a bater palmas e até dançar. Da abertura com "Sugar" - que é só a minha favorita do novo álbum - aos êxitos de sempre, lá fui descobrindo o encanto das canções novas - e há que salientar "Formaldehyde", com um ritmo contagiante, sobretudo ao vivo. Perante um público mais ou menos atento - acredito que grande parte já marcava lugar para os cabeça-de-cartaz - senti que com este concerto limparam a imagem menos positiva que ficara do concerto no Marés uns anos antes. E sim, fiquei mais uma vez rendida à performance de Tom Smith em palco... (e gargalhadas de Miss Chavininha com os "moves" de Tom e as suas suíças.)

Terminado o concerto, regressámos ao palco Heineken para nos depararmos com uma enchente brutal em Capitão Fausto - e é sempre bom ver que as bandas nacionais chamam tanta gente! - para os nossos ouvidos o som não esteve brilhante, mas pareceu-nos que quem lá esteve, aproveitou e bem!

Pausa para o jantar e para nos prepararmos para o outro grande momento do dia: a actuação de Jamie Lidell. E, para nosso espanto (ou talvez não, porque o concerto de DM começava às 22h), não estava muita gente. O que para nós até foi bom porque ficámos mais perto do palco. E foi simplesmente bombástico! Do primeiro ao último minuto, Jamie Lidell conseguiu transformar o "pequeno" espaço do palco numa autêntica discoteca, criou um ambiente de festa e pôs toda a gente, e repito, toda a gente a dançar, saltar, bater palmas, a mexer-se ao ritmo de sons mais electrónicos, outros mais pop e mais urbanos também, finalizando com um momento mais groovy que nos fez regressar aos primeiros álbuns. Jamie Lidell foi o rei da tenda em mais de uma hora, com banda ou sozinho a liderar a mesa de remisturas, um autêntico assombro que encerrou a nossa primeira noite de festival. Com direito a "You Naked" e tudo. (E isto porque o concerto das meninas Icona Pop foi cancelado... senão a festa ter-se-ia estendido aos Crystal Castles e tudo).

Dia 3

Um mar de gente. Diz que o público que falhou o Vodafone Mexefest saiu à rua e foi ao Optimus Alive. É verdade que era dia de Kings Of Leon, mas as atracções do dia seriam Of Monsters And Men, Alt-J e Django Django, três das bandas sensação de 2012. E não nos enganámos. Mas já lá vamos.

Antes, houve uma actuação brilhante dos Linda Martini no palco principal - sim, isso mesmo. 45 minutos de rock nacional, puro e vibrante, mais uma vez a mostrar que as bandas portuguesas não são só um hype do início da década. Para ser sincera, foi um dos meus momentos "alive". Não há palavras para descrever a sensação fabulosa de ouvir "amor combate" ou "100 metros sereia" ao vivo. Intensidade, emoções ao rubro, e orgulho por ter estado ali, naquele momento em que a casa cheia - composta, vá - está em perfeita sintonia com a banda.

A seguir, Jake Bugg. Não vimos. Optámos pelo concerto dos Of Monsters And Men, tal como a maioria dos presentes. Aliás, este foi um dos grandes momentos do festival. Gente a perder de vista, pronta e ansiosa para os receber. Mais uma vez, aquele sentimento que o espaço Heineken é demasiado pequeno para estas actuações. Mas ao mesmo tempo, se fosse no palco principal - onde tocavam entretanto os Tame Impala - talvez não se vivessem momentos tão mágicos. Desde o primeiro acorde que se sentiu o entusiasmo do público, mas foi com "Little Talks" que se deu a explosão: por momentos, deixámos de ouvir qualquer outro som vindo dos outros palcos. O concerto terminou pouco tempo depois, mas notou-se debandada geral para o que restava do concerto dos Tame Impala na esperança de ouvir "Elephant".

E, enquanto os Phoenix animavam o palco principal, os Twin Shadow presentearam-nos com um concerto fantástico em tom rock, que, confesso, não estava nada à espera. "5 Seconds" terá sido o momento alto, e devo dizer que foi um excelente aquecimento para outro dos momentos mais esperados da noite, o concerto dos Alt-J.

Muito mais fortes ao vivo do que em disco, com uma presença simpática, a banda inglesa mostrou uma capacidade incrível de fazer toda a gente vibrar ao longo de quase uma hora. Se "Tessellate" e "Breezeblocks" levaram o público ao rubro, nós gostámos muito de ouvir ao vivo a versão de "Slow" de miss Kylie Minogue! Nova debandada para o palco principal - e desta vez, eu também fui - para assistir ao concerto de KoL - no meu caso, pelo menos até ao encore. A Chavininha ficou, porque entre Kings of Leon e Band of Horses, já se percebeu por aqui que ela não iria vacilar. 

E o que dizer? Do que vi, pareceram-me competentes. Mas não achei de estrondo. Não senti aquela ligação com o público que tanta falta faz, mesmo nos momentos mais entusiastas - quando tocaram os temas mais conhecidos. Pareceram-me só mais uma banda a debitar canções, e gosto de acreditar que os Kings Of Leon são tão mais do que isso... No entanto, a interpretação de "Be Somebody" foi irrepreensível e é essa a imagem que levo de um concerto assim-assim.

Antes do encore, de volta ao palco Heineken para mais um pedaço: a actuação dos Band of Horses (diria no final do concerto que estavam um pouco desencaixados do alinhamento...) Um registo bem diferente de Alt-J, e o público ressentiu-se e esmoreceu muito. Mas o concerto não foi mau, talvez algo desenquadrado das bandas que os antecederam. O momento de maior receptividade e efusão aconteceu com "The Funeral", e "Knock Knock", a fechar, ainda roubou alguns movimentos a uma plateia algo apática.

Apatia foi algo que definitivamente não se viu no concerto de Django Django, que encerraram o "nosso" festival de uma forma fabulosa. E nem sequer tínhamos grandes esperanças depois do que tínhamos visto da actuação em Glastonbury. Um alinhamento sempre em crescendo, que incluiu "Default", "Hail Bop" ou "Skies Over Cairo". De novo, a tenda a rebentar pelas costuras e ao rubro, prova de que as expectativas foram mais do que superadas, e que os Django Django são uma banda de noite (e não de fim de tarde como se viu em Glasto), e que nem os Band of Horses no seu registo mais melancólico/deprimente conseguiram fazer com que o publico desistisse.

Em jeito de rescaldo, gostámos do que vimos, vibrámos, dançámos e mais uma vez confirmámos que o Optimus Alive vale sobretudo pelos concertos do palco Heineken... (Conclusão a que chegamos todos os anos. E gostávamos também que os senhores que gerem estas coisas dos alinhamentos começassem a ter isso mais em atenção. Isso e a ordem de apresentação das bandas. Porque isso também conta. Chavininha dixit.)

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