Marrow: o lado «rock» dos You Can't Win Charlie Brown

Os «Charlies» regressaram este ano aos discos com "Marrow".
E à primeira escuta, percebe-se que eles cresceram, e que a sua música evoluiu - ainda assim, acredito que continuam a ser o mesmo grupo de amigos que se meteu nestas andanças há uns anos, coisa que se vê em palco.
Nota-se-lhes por isso mais maturidade.

Confesso que o primeiro single "Above The Wall" me deixou um pouco apreensiva, com medo que se fossem aproximar demasiado da cena electrónica.
Assim que ouvi "Linger On", percebi que não. A harmonia vocal continua lá, as guitarras também.


Mas agora estão mais eléctricas, mais roqueiras, mais atrevidas, ao mesmo tempo mais seguras.

Eles deixaram de lado a timidez, e mostram-se mais expansivos, mais mexidos.
E as suas músicas são de longe as mais dançáveis!

"Pro Procrastinator" é um dos grandes trunfos do disco, com as guitarras eléctricas sempre presentes mesmo quando as teclas se apoderam da melodia.


"Mute" leva-nos de volta às canções calmas que tão bem (re)conhecemos, enquanto que "If I Know You" nos transporta para a pista de dança - dá vontade de bater o pé, de deixar o corpo à mercê do seu ritmo contagiante. E que bem que sabe...

"In The Light There Is No Sun" mostra-se em modo acústico, com coros a acompanhar, para depois despertar para um ambiente mais rústico, mais tribal, que primeiro soa estranho, mais que se vai entranhando.
Em "Frida (La Blonde)", revisita-se o blues, daquele antigo, que se ouve a meia luz num clube qualquer clandestino. As luzes vão-se acendendo à medida que a melodia chama pelos restantes elementos da banda. E a cereja no topo do bolo? um maravilhoso acompanhamento de violinos.


Para o fim, "Bones", mais um grande momento do disco. Uma explosão de sons, de ritmos e melodias, devidamente acompanhados pela harmonia vocal que tão bem os caracteriza.

"Marrow" não foi um disco fácil para os meus ouvidos. Foi preciso ouvi-lo várias vezes para o compreender, e a cada audição, foi crescendo e conquistando o seu espaço.
"Marrow" pede que seja escutado com atenção, para que não percamos nenhuma mudança, nenhuma variação, nenhum pormenor.

Só assim poderemos apreciá-lo na sua plenitude.

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