Sobre Boys, o último dos Crocodiles

Tempo hoje de falar sobre Boys, o sexto álbum dos americanos Crocodiles. 

Sim, está bem, ainda ando a falar em coisas de 2016, mas a questão é que não deu tempo para tudo (nunca dá! é a velha questão de se ser como o Coelho Branco da Alice. Patologico, portanto.)
De qualquer forma, parece-me pertinente falar neles. E mais nada. Ponto.



Boys traz-nos uma versão mais colorida dos Crocodiles do que se estava à espera, isso eu tenho que confessar. Mais colorida, menos aborrecida e, ao mesmo tempo mais densa. 

E com mais sintetizadores, e com guitarras mais desgovernadas. 
Graças a Deus!

Já falamos aqui que, em tempos de crise, as pessoas tendem a ser mais criativas, e os Crocodiles são claramente prova disso.


Para mim, Boys é um album cheio de memórias auditivas.
Como assim?

Então, a linha de baixo de “Foolin' Around” não me deixa esquecer “Billy Jean” de Michael Jackson, as influências dos Jesus and Mary Chain continuam muito presentes em quase todo o álbum, “The Boy is a Tramp” ou de "Blue" levam-me à pureza dos Everly Brothers, e “Don’t Look Up” tem qualquer coisa de “Tape Song” dos The Kills, sem que sejam coisas pastiche ou que se interponham entre o som real das músicas dos Crocodiles e das minhas próprias memórias em relação às outras músicas. (Podia estar aqui a falar mais nisto, mas pode ser tudo sensação minha...)



Se isto faz do álbum mau? 
Ora bem, na verdade, a mim não me faz grande mossa. 
E, às vezes, até é bom quando não queremos propriamente sair da nossa zona de conforto, e há momentos assim. 
No meu caso? Muito poucos no que diz respeito à musica, confesso.

A verdade é que Boys não é, claramente, o melhor álbum do mundo, nem é, propriamente o que se estava à espera dos Crocodiles depois de Dreamless, mas a realidade é que cresce à medida que se vai ouvindo. 
Ou, pelo menos, aqui aconteceu isso. 

E continua a acontecer.

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