"Turnsick", o nebuloso e inquieto novo single de Tropics

 

A fechar esta Quinta-feira, eis "Turnsick", o novo single de Tropics, o projeto do compositor, músico e produtor britânico Christopher Ward. O seu trabalho caracteriza-se por ser marcadamente eletrónico, com texturas oníricas, muitas vezes impulsionado pelas vozes, mas também eclético, revelando as suas múltiplas influências.

"Turnsick" oferece-nos um equilíbrio perfeito entre rock e eletrónica - motivo pelo qual me cativou - e nas palavras do próprio, é uma composição «poeirenta, seca e rochosa, que reflete a atmosfera e a paisagem da cidade de Los Angeles». Evoca a poluição, a ansiedade avassaladora em torno da vida social, e tudo o que daí advém. E sente-se o inconformismo mas também o sentido de melodia.


Talvez me tenha conquistado por soar tão desconcertante na forma e no conteúdo. A construção da linha melódica é dinâmica, errática, impulsiva, feita de muitas camadas e texturas que criam um ambiente nebuloso, que é melancólico e sombrio mas também tem o seu quê de libertador.

Entre harmonia e dissonância, o instrumental mantém-nos em sentido. As guitarras soam ansiosas e vibrantes, a secção rítmica é imponente, e, por entre os seus acordes, revela-se uma tensão que vai tentando encontrar espaço para se libertar. O arranjo vocal, por seu lado, tem em si uma dimensão onírica, distante, mas, ao mesmo tempo, encontro-lhe o desassossego que torna a canção relacionável.

"Turnsick" é inquieta e é pulsante, é urgente e é catártica. Parece-me, por isso, perfeita para ouvir sempre que precisarmos de descomprimir e de nos livrar da ansiedade que teima em nos acompanhar, nem que seja por uns breves instantes.

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