A magia de Sigur Rós
Até ontem, nunca tinha tido oportunidade (ou interesse) em ver os Sigur Rós ao vivo. Porque houve tempos em que não tinha sede de concertos, e, provavelmente, porque não tinha maturidade suficiente para absorver a intensidade das longas canções da banda islandesa.
Tudo mudou há uns anos quando me deram a descobrir "Starálfur". Emocionei-me, apaixonei-me, quis ouvir mais. Rendi-me. E quando soube que estavam de regresso a Portugal, senti que me iria arrepender se não fosse vê-los.
E ainda bem que fui. Foram momentos mágicos, deslumbrantes, arrebatadores.
Por entre temas novinhos em folha e outros mais conhecidos, os Sigur Rós levaram-nos numa viagem de sonho, de luz e cor, de sons que nos preenchem a alma, cheia de momentos brilhantes, voz quase angelical no meio de guitarras poderosas.
O concerto abriu com "Yfirborð", um tema novo, seguindo-se "Vaka" (do álbum de 2002). Protegidos por uma cortina branca que fazia vislumbrar apenas sombras e imagens projectadas que nos guiaram pelas canções, ouvimos os primeiros acordes de "Ny Battery", e a primeira explosão do público.
O concerto abriu com "Yfirborð", um tema novo, seguindo-se "Vaka" (do álbum de 2002). Protegidos por uma cortina branca que fazia vislumbrar apenas sombras e imagens projectadas que nos guiaram pelas canções, ouvimos os primeiros acordes de "Ny Battery", e a primeira explosão do público.
Antes da canção seguinte, cai o pano, e os músicos mostram-se finalmente a um Campo Pequeno quase cheio: a banda é acompanhada por um percussionista, violinos, metais, teclas. em jeito de uma mini-orquestra. Duas canções novas, "Kveikur" e "Hrafntinna", logo depois, o regresso a "Takk", com "Sæglópur", que começa calma e vai crescendo, puxando pelas guitarras, e pelas palmas.
O jogo de luzes termina e o palco reaparece mas à luz das velas para a interpretação de "Fljótavík" - maravilhoso! A batida de "E-bow" marca o passo quase a obrigar o coração a bater ao mesmo ritmo, controla emoções, desperta palmas e almas suspensas, à espera do último verso, do último acorde. Nova explosão do público.
"Varuð" acalma os ânimos, "Hoppípolla" revela o lado pop dos Sigur Rós, uma canção simples, bonita, logo seguida de "með blóðnadir", que volta a puxar pelas palmas e pelos coros afinados.
A encerrar uma primeira parte sem falhas, "Glósóli" e "Brennisteinn", mais uma das novas, que nos fazem ansiar por um encore, ou dois, ou três...
O regresso da banda faz-se ao som de "Svefn-g-englar" que me fez chorar. É "aquela" canção, que arrepia a espinha, que mexe com todas as nossas células, que nos transporta para o nosso "happy place" com a sua energia fantástica e pacificadora. Foi talvez o momento mais alto da noite. Talvez, porque "Popplagið" fechou a noite de forma simplesmente fabulosa!
Quando a última nota desaparece, é tempo para os aplausos, os agradecimentos, os suspiros, os sorrisos. por duas vezes. Diz quem (não) sabe, que os Sigur Rós cantam num idioma esquisito. Mas a música é uma linguagem universal, e eles são a prova disso.
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