Ao vivo: Trêsporcento no Musicbox
Sábado, 11 de Janeiro de 2014. Lotação esgotada no Musicbox para o lançamento do disco «Lotação 136», dos Trêsporcento.
Toda a gente o sabe, nunca o escondi, que gosto muito deles enquanto banda. Que os acho formidáveis em palco (mesmo quando não interagem muito), que as canções mexem sempre comigo, que a voz do Tiago Esteves tem o dom de me aquecer a alma quando mais preciso.
Quero tentar não me repetir, mas a verdade é que os concertos são para mim momentos de grande intensidade. São experiências. Com tudo o que isso implica. Sentimento, emoção, paixão. Deixarmo-nos levar pelos sons, pela harmonia, pelas palavras. Envolvermo-nos no ambiente. A noite de Sábado não foi excepção, sobretudo porque há algo que não falha nas apresentações ao vivo dos Trêsporcento: a entrega de cada vez que sobem ao palco.
O alinhamento foi quase perfeito. A explosão de "Dás A Mão e Não Sentes" ou de "Lotação 136", a comunhão com o público com "Cascatas" e "Veludo", a emoção genuína - pelo menos para mim - de "Cidade" e "O Dia Em Que Esses Olhos Brilharam", que quase me levaram às lágrimas.
A simplicidade de "Genes", ou a energia contagiante de "És Mais Sede" e de "Elefantes Azuis". A voz rasgada de "Quero Que Sejas Minha", o final em crescendo de "Pinheiros Na Rússia", e a perfeição de "Espero". (numa noite fria de Inverno, teria ficado bem um "Desgoverno").
A simplicidade de "Genes", ou a energia contagiante de "És Mais Sede" e de "Elefantes Azuis". A voz rasgada de "Quero Que Sejas Minha", o final em crescendo de "Pinheiros Na Rússia", e a perfeição de "Espero". (numa noite fria de Inverno, teria ficado bem um "Desgoverno").
É incrível. Depois de os ver - e ouvir - tantas vezes, e em espaços tão distintos, continuo deslumbrada com a cumplicidade, a energia, o à-vontade, a descontracção. Como se estivessem sempre a tocar entre amigos.
Mas no sábado, a noite foi do António Moura, o baterista. Eu não sei quanto a vocês, mas a mim pareceu-me que o miúdo "partiu a loiça toda". E aguentou-se ( sim, que eu ainda me lembro de ver baquetas a voar no Teatro Aberto! :) ).
Não importa que o som não nos tenha chegado em perfeitas condições. Ou o barulho de fundo, as vozes, as conversas de uns, o entusiasmo algo exagerado de outros. Num dia extremamente difícil a nível pessoal, o concerto dos Trêsporcento foi um porto de abrigo por umas horas, um refúgio. Numa palavra, reconfortante.
nota final: Momentos antes, em palco esteve Capitão Capitão, em versão banda com a ajuda d'O Martim no baixo, para mais uma apresentação competente do novo EP, onde não faltaram "A Faca", "Memórias Curtas", "O Lugar" e "Folhas".
Os Hombre Com Hambre, um dos projectos de João Gil, fecharam a noite de concertagem. Com recurso a teclas e bateria, presentearam o público com electrónica intensa - não é muito a minha onda, mas até me soou bem - abrindo caminho para o DJ Set que nos acompanharia noite dentro.
P.S. Pois é, que eu também lá estava... E não podia não dizer nada. Quanto mais não fosse porque tenho sempre qualquer coisinha a dizer. Feitios. Muito pouco, diga-se, neste caso concreto. Até porque a Concertina já disse quase tudo. Faltou dizer que numa daquelas noites frias de Inverno, como estava aquele Sábado, daquelas em que tudo fica ainda mais frio cá dentro, e temos que ir buscar força ao fundo da barriga, os Trêsporcento foram muito bons, especialmente para mim quando "Os teus olhos brilharam".
Mas hoje, só venho aqui agradecer, ao contrario daquilo que acontece normalmente, eu sei. Agradecer ao Capitão Capitão pelo momento "Folhas" (que soa ainda (tão) melhor em versão banda!!!!!), e que já se tornou um momento "chave" cá de "casa" (estou certa que a GindeDiscos e o L'Agent Photographeur assinam por baixo e concordam comigo que aquele momento foi, no mínimo, libertador...) Da mesma forma que tenho que agradecer ao "padrinho" pelos LCD Soundsystem no DJ Set.
Mas acima de tudo tenho que dizer à Concertina que, como cantam os mesmos LCD Soundsystem exactamente naquela mesma música: «...And so it starts, You switch the engine on, We set controls for the heart of the sun...». Porque às vezes, não importa onde nem quando, importa o que ouves e vês, mas acima de tudo o que sentes, e o que importa mesmo mais é que a música pode mesmo ser "só" isto.
Não importa que o som não nos tenha chegado em perfeitas condições. Ou o barulho de fundo, as vozes, as conversas de uns, o entusiasmo algo exagerado de outros. Num dia extremamente difícil a nível pessoal, o concerto dos Trêsporcento foi um porto de abrigo por umas horas, um refúgio. Numa palavra, reconfortante.
nota final: Momentos antes, em palco esteve Capitão Capitão, em versão banda com a ajuda d'O Martim no baixo, para mais uma apresentação competente do novo EP, onde não faltaram "A Faca", "Memórias Curtas", "O Lugar" e "Folhas".
Capitão Capitão |
Hombres Com Hambre |
Os Hombre Com Hambre, um dos projectos de João Gil, fecharam a noite de concertagem. Com recurso a teclas e bateria, presentearam o público com electrónica intensa - não é muito a minha onda, mas até me soou bem - abrindo caminho para o DJ Set que nos acompanharia noite dentro.
P.S. Pois é, que eu também lá estava... E não podia não dizer nada. Quanto mais não fosse porque tenho sempre qualquer coisinha a dizer. Feitios. Muito pouco, diga-se, neste caso concreto. Até porque a Concertina já disse quase tudo. Faltou dizer que numa daquelas noites frias de Inverno, como estava aquele Sábado, daquelas em que tudo fica ainda mais frio cá dentro, e temos que ir buscar força ao fundo da barriga, os Trêsporcento foram muito bons, especialmente para mim quando "Os teus olhos brilharam".
Mas hoje, só venho aqui agradecer, ao contrario daquilo que acontece normalmente, eu sei. Agradecer ao Capitão Capitão pelo momento "Folhas" (que soa ainda (tão) melhor em versão banda!!!!!), e que já se tornou um momento "chave" cá de "casa" (estou certa que a GindeDiscos e o L'Agent Photographeur assinam por baixo e concordam comigo que aquele momento foi, no mínimo, libertador...) Da mesma forma que tenho que agradecer ao "padrinho" pelos LCD Soundsystem no DJ Set.
Mas acima de tudo tenho que dizer à Concertina que, como cantam os mesmos LCD Soundsystem exactamente naquela mesma música: «...And so it starts, You switch the engine on, We set controls for the heart of the sun...». Porque às vezes, não importa onde nem quando, importa o que ouves e vês, mas acima de tudo o que sentes, e o que importa mesmo mais é que a música pode mesmo ser "só" isto.
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