As estórias fantasma dos Coldplay
Perdoem-me os fãs mais ferrenhos dos Coldplay, mas o novo álbum "Ghost Stories" é fraco, "ligeirinho" e muitas vezes aborrecido.
Atenção que eu até gosto deles.
Ou melhor gosto dos primeiros álbuns. "Parachutes", "A Rush of Blood to the Head" e "X&Y" são discos que ainda vão rodando cá em casa.
Os outros, nem por isso. Desde o "Viva la Vida" - até nem é assim tão mau - que a coisa não lhes tem saído bem.
Atenção que eu até gosto deles.
Ou melhor gosto dos primeiros álbuns. "Parachutes", "A Rush of Blood to the Head" e "X&Y" são discos que ainda vão rodando cá em casa.
Os outros, nem por isso. Desde o "Viva la Vida" - até nem é assim tão mau - que a coisa não lhes tem saído bem.
Mas, ao ouvir este "Ghost Stories", parece-me que os rapazes se perderam.
Ainda encontro harmonias, melodias e instrumentais interessantes. Mas noto demasiado o toque electrónico - o que me causa arrepios, em mau.
E sim, eu sei que há uma altura em que as bandas sentem que devem inovar e mudar. Mas nem todas são os Muse. Ou os Radiohead e afins.
Os mais recentes singles não me convencem. "Mylo Xyloto" é demasiado colorido para ser um disco dos "meus" Coldplay - aqueles que, entre outros, trouxeram de volta à ribalta a música pop/rock britânica nos anos 2000. De repente, é quase como se se tivessem tornado nos U2. O que é uma chatice porque não gosto deles.
Fiquei desiludida com "Magic". A batida pop chateia-me. E se ouvir muitas vezes, irrita-me. Fazem-me falta as guitarras, as letras inspiradas, o som mais cru.
E o single novo "A Sky Full of Stars", com produção by Avicii (sem comentários...), é de fugir. Um daqueles temas que rodam nas pistas de dança igual a tantos outros. E eu acho que é mau. E o pior de tudo é que vai começar a rodar non stop nas discotecas por esse país fora... [confesso que não sei o que lhes deu para quererem ser da electrónica, ainda por cima recorrendo a pessoas que são tão "banais". acho que ninguém aguenta.]
A juntar a tudo isto, a cena da separação.
Chris Martin não está definitivamente no seu melhor.
As músicas são todas chatas.
Ou quase.
Podia ter criado um disco amargurado, sofrido e não sei mais o quê - é sabido que estas coisas dão boas canções. Mas não, optou pela resignação (que é sempre uma coisa assim-assim).
Chris Martin não está definitivamente no seu melhor.
As músicas são todas chatas.
Ou quase.
Podia ter criado um disco amargurado, sofrido e não sei mais o quê - é sabido que estas coisas dão boas canções. Mas não, optou pela resignação (que é sempre uma coisa assim-assim).
Mas vá, não é tudo mau. "Ghost Stories" até tem uma ou outra coisa de jeito. Como "Midnight", que me deixou com os ouvidos em sentido porque soa a Bon Iver. Ponto. E "Oceans", que me faz recordar com saudosismo a era "Parachutes", que eu adoro. Com aquela melodia mais negra, que lhes assenta bem (ainda assim, teria evitado a batida de fundo...).
E "O", que é "fofinha". É um tema clean, um contraste com tudo o resto. Apenas voz e piano, coisas simples. E que não fica mal como última faixa.
E "O", que é "fofinha". É um tema clean, um contraste com tudo o resto. Apenas voz e piano, coisas simples. E que não fica mal como última faixa.
40 (longos) minutos depois, a constatação final: "Ghost Stories" é um «tiro ao lado».
Está longe de me soar intimista e pessoal.
Falta-lhe emotividade.
Atrevo-me a dizer que é «banal».
E de uma banda com o estatuto dos Coldplay, esperava mais e melhor.
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