«No No No» dizem os Beirut. E nós?
O interesse pela música de Beirut já vem de longe, ainda antes de os ter visto em concerto naquele fabuloso SBSR de 2011.
A «fixação» começou quando descobri um video da La Blogothèque, para a canção "Nantes", de 2007, que ainda hoje é provavelmente a melhor de Beirut.
Aquela parafernália de instrumentos a deambular pelas ruas de Paris é simplesmente deliciosa.
Aquela parafernália de instrumentos a deambular pelas ruas de Paris é simplesmente deliciosa.
E quando os vi finalmente ao vivo, foi tão intenso e interessante como ver os Arcade Fire.
É um estilo que me toca, essa proximidade com o lado mais clássico da música, uma orquestra ao serviço da música pop, folk, indie, e afins.
E a voz de Zach Condon soa sempre melódica e encaixa perfeitamente nos ritmos e nas melodias dos temas da banda.
E a voz de Zach Condon soa sempre melódica e encaixa perfeitamente nos ritmos e nas melodias dos temas da banda.
Diz-se que a vida de Zach sofreu uma reviravolta nos últimos anos, e talvez por isso a alegria das canções esconda uma tristeza maior.
Como se estivesse novamente à procura do seu caminho.
Talvez por isso também seja um disco com apenas 30 minutos, como se de uma descarga de energia (emocional) se tratasse, para depois começar tudo de novo.
"No No No" é um disco consistente, sem ser grandioso, e na escuta «corrida» e na escuta em «shuffle», três temas ganharam destaque e consequentemente lugar no iPod: "Gibraltar" - com os instrumentos de percussão a guiarem-nos melodia fora, "no no no" - a canção que nos tem animado as últimas semanas, e que colou desde a primeira audição, tem uma orquestração que me enche a alma, ainda que a letra seja repetitiva e verdade seja dita, fraquinha... E "August Holland" - outra que colou, com a sua melodia tão rica graças aos violinos.
O resto? Bom, o resto é «mais do mesmo». Sem que isso seja algo negativo.
Beirut tem um som próprio e mantém-no, desde a estrutura das canções, ao número infindável de instrumentos utilizados.
E claro, a voz de Zach Condon, que, mesmo alegre, transborda de melancolia e quem sabe, de alguma nostalgia.
O que em dias cinzentos como o de hoje até sabe bem.
«Everything should be fine/ You’ll find things tend to stand in line»
(Beirut, em "Gibraltar")
(Beirut, em "Gibraltar")
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