O que foi que aconteceu? Graças a Deus que os Foals voltaram, e não correu nada mal.
Chegou o dia de falar de What Went Down, o quarto álbum dos Foals.
(Não me vou repetir quanto à minha parcialidade sobre a banda, ou sobre o facto de haver muito poucos álbuns que me tenham entusiasmado tanto ultimamente, justiça seja feita aos Dead Weather de que falarei um dia destes).
What Went Down, que nos traz uns Foals ainda mais consistentes, com letras mais assertivas e muito mais confiantes, sem que nunca se perca a ideia de que estamos a falar neles, ou que eles me tivessem em algum sítio, desiludido. Nada de novo em relação ao que normalmente acontece, devo também acrescentar, e nada de novo em relação ao que estavamos a espera há quase 2 anos.
(Não me vou repetir quanto à minha parcialidade sobre a banda, ou sobre o facto de haver muito poucos álbuns que me tenham entusiasmado tanto ultimamente, justiça seja feita aos Dead Weather de que falarei um dia destes).
What Went Down, que nos traz uns Foals ainda mais consistentes, com letras mais assertivas e muito mais confiantes, sem que nunca se perca a ideia de que estamos a falar neles, ou que eles me tivessem em algum sítio, desiludido. Nada de novo em relação ao que normalmente acontece, devo também acrescentar, e nada de novo em relação ao que estavamos a espera há quase 2 anos.
O primeiro single do álbum foi "What Went Down", um "exercício" rock do melhor que têm aparecido ultimamente. A intensidade da música, da melodia, da voz de Yannis Philippakis e a própria acutilância do som, que facilmente reconhecemos como sendo dos Foals, fazem me crer que é das melhores musicas do álbum (e, porque não dizer? Do ano).
Neste mesmo alinhamento surge-nos "A Knife In The Ocean", com o seu ritmo mais desconcentrado e mais rebelde, que nos remete para um sítio mais calmo que "What Went Down" mas ao mesmo tempo muito mais cortante e intensa. Aqui onde a letra tem um papel quase imprescindível que me marca do início ao fim, como se aquilo que há para dizer fosse tão importante como a própria melodia e nunca se conseguissem dissociar.
"Mountain At My Gates", "Give It All" e "Night Swimmers" fazem me chegar à conclusão que aqui, neste novo álbum dos Foals, é quase impossível haver uma música preferida. Desde os solos de guitarra (aqueles inquietos solos de guitarra que aparecem sempre), à própria voz de Yannis Philippakis (de que nunca me canso de falar), a bateria incisiva (e sempre tão bem tocada por Jack Bevan) e o baixo sempre tão bom (tão melódico, tão inquietante e tão mágico), ligado às letras que me encaixam sempre cirurgicamente.
Nestes três casos concretos, temos um lado que encaixa mais serenamente, quase que a celebrar o amor e todas as suas cores e dores e linguagens, que surgem como forma de nos ajudar a decidir coisas, não como finais ou começos, mas como constatações. Todas elas muito caracterizadas pelo seu final, com uma raiva acumulada e a libertação dela, como catarses mais do que pertinentes e lógicas, tal e qual como acontece na vida real.
"Night Swimmers", onde a melodia é hipnotizante, a voz que nos guia também, e onde todo o som é gritante e emocionante, juntamente com a sua melodia perfeita, quer ao nível rítmico como ao nível melódico é um dos melhores exemplos de como os Foals cresceram e ao mesmo tempo se mantiveram fieis a si mesmos.
"Birch Tree", a musica que mal começa a tocar nos faz lembrar que sim, são os Foals, e, que nos enche logo de vontade de dançar e cantar com eles, fazendo a festa de uma forma suave e quase intimista, mas de forma despretensiosa e com uma melodia rica, a que estamos tão habituados quando falamos da banda de Oxford. "Snake Oil" e "Lonely Hunter" não ficam de fora, e embora eu ache que não são as músicas mais bem conseguidas do álbum, se formos a ver, e pelo restante panorama musical de que a Concertina está farta de falar, dão 10 a zero a maior parte das músicas dos outros álbuns que andamos a ouvir.
Deixei para o fim "London Thunder" e "Albatross", que surgem de forma mais íntima e mais lenta, mais profunda e densa, com uma acalmia inquieta que se transforma em algo mais melancólico sem que nunca deixem de ser cheias de garra e poder. Aquele outro lado dos Foals que é igualmente fascinante mas que quero sempre guardar para mim sem ter que o partilhar com mais ninguém.
Há quem defenda (como a Pitchfork, por exemplo), que este What Went Down é quase como um fechar de uma trilogia, ainda que não intencional: se considerarmos que Total Life Forever (o segundo álbumda banda) é um álbum que fala de compromissos (dos nossos com as coisas e com os nossos assuntos), e que Holy Fire é claramente sobre o ser se livre, o soltar amarras, podemos considerar então que What Went Down é a ultima parte, uma espécie de pós-terapia e de certeza daquilo que tinha acontecido antes, do que deixamos para traz e do que queremos de facto para a nossa vida. A ideia é coerente e interessante.
Mas, se deixarmos estas considerações mais metafísicas e analisarmos antes o som e a atitude da banda neste novo álbum, podemos até chegar à conclusão de que sim, é um álbum claramente mais despegado de tudo, mais seguro, mais assertivo, como se tudo fosse possível de combater e decidir, dos medos ás certezas, assim por si só, crescidos e certos do que querem, ainda mais do que antes.
Resta-nos continuar a ouvi-los.
E, resta-nos esperar que a tour passe por cá, senão... ? Agarramos nas malas e vamos nos atrás deles, garantidamente.
"... Now the tables turned, it's over, With my fingers' burn I start anew, Now I've come back down, I'm older, I look for something else to hold on to..." em London Thunder.
Resta-nos continuar a ouvi-los.
E, resta-nos esperar que a tour passe por cá, senão... ? Agarramos nas malas e vamos nos atrás deles, garantidamente.
"... Now the tables turned, it's over, With my fingers' burn I start anew, Now I've come back down, I'm older, I look for something else to hold on to..." em London Thunder.
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