«Lotação 136», o disco ao vivo dos Trêsporcento

O tão aguardado registo chegou finalmente. Não às lojas (que isso só acontecerá a 7 de Janeiro), mas à minha caixa do correio. Como um presente de Natal antecipado. E por aqui não poderíamos estar mais contentes.

Faz esta semana 7 meses que os Trêsporcento nos brindaram com um concerto inesquecível. Para homenagear quem os acompanha. E, se bem se lembram, tal como relatámos em «Lotação 136: os Trêsporcento ao vivo no Teatro Aberto», a experiência foi (quase) perfeita - e se não se lembram, vão lá dar uma espreitadela, sim?





«Lotação 136», o disco, é composto por 10 canções - que, eu admito, sabe a pouco - e o que vos posso dizer é que a produção do disco está tão bem cuidada que transmite de forma avassaladora a energia - e porque não a emoção - que se viveram naquele dia.

E eu, que não domino nem de perto nem de longe essas coisas da produção e da engenharia de som, acho isso fantástico. Como se em 50 minutos, regressasse à Sala Vermelha do Teatro Aberto.

A voz de Tiago Esteves mantém aquela envolvência e aquela urgência de que já falámos inúmeras vezes, mas o que sobressai mais neste disco é a força dos instrumentos, tão bem captada. A forma como os conseguimos distinguir, as guitarras, a bateria, o baixo, os tambores - ou timbalões. Sim, é a orquestração, ainda mais do que a voz, que dá brilho a este disco. 

E o alinhamento representa bem o que por lá se viveu.

O instrumental, que abriu o concerto, não tinha nome quando o descobrimos ao vivo, porque nunca tinha sido tocado antes. Chamámos-lhe "Intro" em Maio, e em disco, foi baptizado de "Lotação 136", em honra do acontecimento (digo eu). E bem. Foi uma estreia bem sucedida e aguçou a curiosidade e o entusiasmo dos presentes. (e há qualquer coisa de familiar na melodia a partir do minuto 4'30'' que eu ainda não consegui decifrar...)

"Grande Mentiroso" do projecto Capitão Capitão deu origem a uma versão que na altura me soou fabulosa. Escutada em disco, mantenho o que disse. Porque nos transporta para um universo mais rock, mais rasgado, mais agressivo que o original. E eu gosto.

"Quero Que Sejas Minha" é brilhante. E tem um final explosivo, que não poderia ter gerado outra reacção do público que não fosse entusiasmo. E é tão bom matar saudades de "Se Não Queres Estar Presa" - que eu muitas vezes passava à frente no iPod - porque os timbalões de Pedro Pedro fazem de facto toda a diferença.

"Espero" cresce de dia para dia, de cada vez que a ouço. E a nova roupagem dá-lhe uma energia contagiante. E viciante. Já gostava do tema por alturas do EP, agora posso dizer que passou a ser um dos eleitos. Oito minutos que nos envolvem, nos fazem sorrir, nos entusiasmam e que, para mim, refletem o crescimento dos Trêsporcento enquanto banda, enquanto músicos.






O resto do alinhamento faz-se com "És Mais Sede", "Cascatas", "Genes", "Dás A Mão E Não Sentes" e "Elefantes Azuis", temas brilhantes da discografia, que ao vivo ficaram ainda melhores. E que fazem deste disco um retrato exímio da sua identidade.

«Ah e tal, mas tu és fã incondicional dos Trêsporcento e por isso é tudo muito suspeito». Pois é, é verdade. Mas querem um conselho? Ouçam o disco, apareçam na festa de lançamento no próximo dia 11 de Janeiro no Musicbox e comprovem.

última nota, ou melhor um pedido: que alguém faça nascer a edição em DVD de «Lotação 136» um destes dias. que eles merecem. e nós também.

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