Nós também fomos ao Parque, ou a crónica do terceiro dia no NOS Primavera Sound 2017
Sábado é, por tradição, aquele dia bom no Parque. Aquele dia em que as famílias passeiam de dia, há mais coroas de flores e muita gente feliz... Não se vai tanto pela música mas para se dizer que se foi ao festival... Pelo menos, costuma ser assim.
Para mim foi. Na parte de ser um dia feliz. Sem coroas de flores, e com muita música. Era dia de ver coisas que, a mim, me deixam feliz. E, só por isso, que se lixem as coroas de flores (aos sábados e nos outros dias todos), que se lixem as pausas para comer, as filas e afins... A ideia era a música, sempre ela, já se sabe.
Não, não fomos ver Elza Soares, chegámos a tempo para ver os The Growlers (que me soaram ainda melhor no parque…), com Brooks Nielsen e as suas calças de bombazina, a darem o seu show de coolness, com os seus gritos característicos, aqui menos falador do que o costume, mas a fazer-nos cantarolar tudo e pensar que isto do rock n' roll soa muito bem lá no parque. Ai soa pois.
Sabíamos que ia ser complicado ver tudo, mas o trio "The Growlers", "Sampha" e "Metronomy" era a única coisa válida para aquele sábado. Sabíamos que não ia dar para comer, para passear e para estar a fazer seja lá o que fosse, mas tinha que ser assim, porque os senhores dos horários assim decidiram. E então, depois dos The Growlers, seguimos.
Era hora de Sampha, com pessoas que não sabem que se vê música calados, que, se as pessoas estão todas sentadas é porque lhes faz sentido ver e ouvir Sampha sentados, e com Sampha, no palco SBSR a dar tudo quanto tinha, ainda que os baixos estivessem “escangalhados” e que o som não fosse aquilo a que o Primavera nos habituou. (Continuamos com aquela ideia maluca que foi Flying Lotus que, no primeiro dia, deu cabo daquilo tudo... mas nem é bom falar nisso.)
Era hora de Sampha, com pessoas que não sabem que se vê música calados, que, se as pessoas estão todas sentadas é porque lhes faz sentido ver e ouvir Sampha sentados, e com Sampha, no palco SBSR a dar tudo quanto tinha, ainda que os baixos estivessem “escangalhados” e que o som não fosse aquilo a que o Primavera nos habituou. (Continuamos com aquela ideia maluca que foi Flying Lotus que, no primeiro dia, deu cabo daquilo tudo... mas nem é bom falar nisso.)
Para mim, junto com Justice e Nikki Lane, Sampha foi a melhor memória do Primavera deste ano, independentemente do que digam. Sampha continuou a não me fazer esquecer do porque é que eu gosto de música. Foi um concerto honesto e verdadeiro, a mostrar-nos as facetas de um miúdo que decidiu mostrar-nos porque é que faz música. Com piano e sem. E acrescento, se não fosse o barulhinho das pessoas, tinha sido mais que perfeito.
Pouco tenho a acrescentar. Foi um fim de tarde animado com sol e ao som dos divertidos The Growlers, antes de um Sampha incrível. Assumo que tinha expectativas moderadas, o disco não me entusiasmou por aí além. Ao vivo, rendi-me. Apesar do som menos bom e de «espectadores» desatentos, foi soberbo.
E, portanto, ir celebrar isto com os Metronomy, que vinham a seguir, não foi difícil. Até porque o ultimo álbum dos britânicos, "Summer 08", é, como eu já tinha dito, uma maravilha para tocar ao vivo. Pena foi a setlist extremamente fraquinha e se terem esquecido de "Radio Ladio". Ou, se calhar que estavam num festival. Não sabemos.
Se foi bom? Ora bem, para mim, os Metronomy nunca são maus. Nunca foram. Se foi o melhor concerto deles? Para dizer a verdade, não, não foi. Faltou-me ficar de barriga cheia. E isso, no Parque da Cidade não aconteceu. Com muita pena minha.
Se foi bom? Ora bem, para mim, os Metronomy nunca são maus. Nunca foram. Se foi o melhor concerto deles? Para dizer a verdade, não, não foi. Faltou-me ficar de barriga cheia. E isso, no Parque da Cidade não aconteceu. Com muita pena minha.
Estou totalmente de acordo. Os Metronomy não foram maus. O alinhamento é que foi apoiado em canções mornas. E se há coisa que se pedia num local maravilhoso como o do Nos Primavera Sound era que o alinhamento fosse vibrante.
Ainda passámos pelos Japandroids, como teria obrigatoriamente que ser, que mostraram a toda a gente como se faz barulho do bom. E a fazer parecer que aquilo é mesmo fácil. O álbum novo não soa mal ao vivo, mas aqueles graves escangalhados estavam-me a meter nervos, confesso.
E, verdade seja dita, como nós não somos da música electrónica, esperar por Aphex Twin seria muito pouco Phonograph Me. E os Operators também não eram uma boa continuação de menu.
E, verdade seja dita, como nós não somos da música electrónica, esperar por Aphex Twin seria muito pouco Phonograph Me. E os Operators também não eram uma boa continuação de menu.
Chegava a hora da despedida.
De um cartaz cheio de coisas que eu gosto, cheio de aventuras, de sorrisos, de gargalhadas, e, este ano, também de filas (desnecessário, acho eu…). Este é talvez o melhor resumo do NOS Primavera Sound 2017.
Levo no meu coração o magnífico Sampha, os Justice, a Nikki Lane, os Metronomy e o Hamilton Leithauser. O meu top 5. (o meu não foge muito do da Chavininha, mas, em vez dos Metronomy, inclui obrigatoriamente os Bon Iver e coloca o senhor Leithauser em primeiro lugar).
E, entretanto, espero já pelo ano que vem. Porque ser feliz no Parque já faz parte das coisas que eu não dispenso, sendo talvez das únicas que me fazem mesmo feliz na Primavera. E se isso traz musica ainda melhor. Pelo menos se for música boa, com amigos, sorrisos fotos e gargalhadas, como todas as boas recordações devem ser.
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