"Witness", o segundo disco de Benjamin Booker
«Once you find yourself in another civilization you are forced to examine your own.»
James Baldwin
"Witness" nasceu da procura pela inspiração que lhe faltava e que terá encontrado na sua estadia no México. Booker não larga o som cru que caracterizou o primeiro disco e que eu tanto adoro, mas agora soa mais vintage, mais soul, buscando também ao gospel e ao blues.
"Right On You" colou logo quando saiu. É aceleradíssima, rock puro na sua essência, com a voz rouca de Booker a encaixar perfeitamente no ritmo, e complementando na perfeição as guitarras aguerridas.
"The Slow Drag Under" traz-nos um ritmo metrónomo, mais bluesy, adequado à voz mais sussurrada de Benjamin Booker. "Truth Is Heavy" é o mais próximo possível do romantismo, um lado vulnerável, e em "Believe" são as as cordas que dão um toque delicado, contrastando com a voz áspera de Booker,
De "Overtime" fica «apenas» uma frase - «you could have it all if you just try harder» - que nos guia até ao blues rock de "Off The Ground". Começa em registo acústico, voz e guitarra, para depois ir crescendo, até à explosão incrível. O ritmo reduz com a bluesy "Carry" para depois voltarmos a acelerar com "All Was Well". «If I have my way / I'll tear this building down» é a sua forma de (nos) dizer que está pronto para a luta ou, pelo menos, está decidido a ser um agente de mudança.
O mundo está diferente, está a mudar, não necessariamente para melhor e em muitos casos, parece virado do avesso. Movido pela necessidade de ser uma voz activa na sociedade, Benjamin Booker retrata a frustração, a inacção, a sua forma de estar e de sentir (n)o mundo. "Witness" vem, por isso, carregado de mensagens fortes e actuais.
A solução parte de nós, no nosso dia-a-dia, nas nossas vidas.
Este disco é a quota parte de Benjamin Booker.
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