Curtas: "Coup de Grace", Miles Kane

Miles Kane, eventualmente mais conhecido pela parceria com Alex Turner no projecto The Last Shadow Puppets, regressou aos discos a solo. Exactamente devido a essa ligação, a expectativa é sempre muita.

"Coup de Grace" é o seu terceiro disco a solo, mas, ao contrário dos anteriores "Colour of the Trap" (2011) e "Don't Forget Who You Are" (2013), que contêm momentos bastante interessantes, este não me convence. Sempre fui da opinião que a música tem de provocar emoções, que temos de sentir qualquer coisa. Algo que não acontece com este trabalho.

Nem o tema título escapa.
Após inúmeras audições, chego à conclusão que não me aborrece (provavelmente devido à influência sonora dos The Clash), mas também não me entusiasma por aí além.


O resto não fica gravado na memória. Mas eis que, quando já me desligara emocionalmente do disco, aparece "Wrong Side of Life". Soa mais de encontro ao que esperava, tanto a nível de ritmo, como de colocação de voz, e surpreende-nos com o tom exaltado, apaixonado, às vezes desesperado.


Infelizmente, não chega para afastar o sentimento de desilusão que me invade. "Coup de Grace" ficou muito aquém das expectativas. Estava à espera de mais, e questiono-me se Miles Kane é assim tão bom como se quer mostrar. Na minha opinião, o moço é «muito bom» quando se faz acompanhar por Alex Turner  - basta ouvir "The Age of the Understatement" dos The Last Shadow Puppets ou as canções de "Colour of the Trap", muitas delas contam com a contribuição do frontman dos Arctic Monkeys.
A solo, é «apenas» mais um. E o seu "Coup de Grace" um disco esquecível.

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