"Marauder", o regresso em força dos Interpol

Ora bem, hoje é dia de abordarmos o novo dos Interpol, "Marauder".
Os rapazes nunca estiveram no topo da minha lista mas a verdade é que me deixaram ansiosa. E começo já pelo fim: o disco não desiludiu nadinha. Aliás, em alguns momentos, até me surpreendeu.

Não tinha noção das saudades que sentia, até ter ouvido o single "The Rover". O sentido de urgência, a guitarra inconfundível de Daniel Kessler, a voz de Paul Banks, o ritmo acelerado...


Tudo no sítio certo, no tempo certo.

As canções de "Marauder" são enérgicas e directas, as melodias tensas quanto baste para reflectir a inquietação, a ansiedade e os conflitos internos e externos dos personagens presentes nas letras de Paul Banks.


Se em "If You Really Love Nothing", que abre o disco e que se tornou num dos meus temas favoritos, sentimos um ambiente «dark» desde o primeiro acorde - algo que se estende a todo o disco - e, estranhamente, ou talvez não, dá-nos vontade de bater o pé (tal como em "Complications"), em "Flight of Fancy", somos surpreendidos no minuto final com a sintonia perfeita entre todos os instrumentos. Brilhante.
Já em "Stay in Touch" é a linha de baixo que nos conquista, e, por esta altura, a meio do disco, já temos uma certeza: o som dos Interpol está mais cru, menos polido, mais espontâneo.


O pé continua a bater ao som de "Mountain Child" e de "Nysmaw" até à chegada de "Surveillance". A melodia, os acordes, o ritmo, a construção despertam ainda mais os meus sentidos; a cada escuta, o tema cresce e assume-se como um dos melhores do disco.
"Number 10" leva-nos numa viagem ao passado ao lembrar-nos de "All The Rage Back Home" (El Pintor, 2014); é explosiva, descontraída e intensa q.b. qual pico de energia a anteceder a descompressão. "It Probably Matters", a última do disco, soa por isso mais calma, mas, à semelhança de outros dos temas, surpreende com a interligação instrumental.


O equilíbrio, a harmonia entre todos os elementos (instrumentos, voz, músicos) é, aliás, o que se destaca em "Marauder". Isso e o ritmo constante e intenso da bateria de Sam Fogarino, que nos faz bater o pé inconscientemente da primeira à última canção.

"Marauder" traz-nos uns Interpol mais directos, mais urgentes, e vivos - verdade seja dita, foi o lado «live» de concerto / sala de ensaio que se quis captar na gravação do disco. O disco soa fresco (o que parecia difícil se considerarmos os últimos álbuns) provando que os Interpol ainda têm muito para (nos) oferecer..

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