Corrida ao Mercury Prize 2018: o R&B de Jorja Smith


Damos hoje início aos textos sobre os nomeados para o Mercury Prize 2018, que inclui alguns discos de 2017. À semelhança de anos anteriores, deixámos de fora os que não foram de encontro aos nossos ouvidos, neste caso, "Novelist Guy" de Novelist, rapaz do grime e "Your Queen Is A Reptile" de Sons of Kemet, da cena jazz tribal.

Começamos, então, com "Lost & Found" de Jorja Smith, promessa do R&B britânico. O disco tem sido muito elogiado por aí, desde o seu lançamento no ano passado. Imagino eu que pesará o facto do Reino Unido não ter tão grandes nomes neste estilo. Mas, aos meus ouvidos, a coisa não soou assim tão extraordinária.
Não que o disco seja mau, que não é, mas também não é «do outro mundo». Tem algum groove, mas a batida, o tempo parece sempre igual, à medida que o disco avança - e é esse um dos meus problemas com a malta do R&B, muitos deles são apenas easy listening. Excepção feita a "Goodbyes", quase em modo acústico, guitarra e a voz cristalina de Jorja Smith. E a "Tomorrow", com o piano em destaque nos primeiros segundos. Depois entram as back vocals, e eu imagino logo isto interpretado ao vivo com um daqueles grupos de gospel incríveis, que nos arrancam aplausos de imediato. E não consigo deixar de pensar que, assim, o tema teria seguramente um extra de força que lhe escapa...


Mais uma vez, encontro o tema da intensidade, ou a falta dela. Jorja Smith tem, de facto, potencial, "Lost & Found" é simpático, mas não chega para me convencer que é, como dizem, um dos álbuns do ano.

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