Inconformados e vibrantes, eis os The Palpitations ao som de "Lights Out"

Músicos, médicos, activistas, não necessariamente por esta ordem, eis os The Palpitations, banda britânica do indie rock, com muito de post-punk. Há dias, lançaram o seu EP de estreia, o sombrio e assertivo "Feed The Poor, Eat The Rich", do qual faz parte "Lights Out" de que vos falo hoje.

Mas antes de vos dizer o que me atraiu na música, digo-vos que o activismo dos rapazes é uma lufada de ar fresco, sobretudo nestes últimos tempos em que parece que o Mundo está do avesso. Dois deles são médicos do NHS (o serviço nacional de saúde britânico), estão na linha da frente do combate a inúmeras doenças sem os devidos equipamentos de protecção, e resolveram fazer alguma coisa: protestar, claro, mas mais do que isso, interpor uma acção legal contra o governo britânico. Não se sabe ainda o desfecho mas a sua atitude é de louvar.


Neste contexto, encaro a música dos The Palpitations como de intervenção, lembrando outros tempos (não tão longínquos assim) e outras bandas, muitas delas do universo punk. Entre o caminho traçado por Queens Of The Stone Age, Interpol, Editors e tantos outros, estão estes rapazes que fazem música apaixonada, pulsante e pungente. 

Em "Lights Out", ouvem-se guitarras cortantes e vibrantes, linhas de baixo ruidosas e palpitantes e uma bateria frenética. A performance vocal é sombria e algo taciturna, mas brilha intensamente por alturas do refrão (que teima em ficar na cabeça), quase como uma forma de equilibrar o ambiente.

"Lights Out" é melancólica e sombria, tal como as restantes canções dos The Palpitations. Mas também têm uma energia incontornável, uma força e uma intenção tremendas. As canções são um grito de revolta, e eles, uma banda que abre caminho para um novo e entusiasmante tipo de protesto através da música rock.

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