A grande Televisão dos White Lies.

Ora bem, começo já por dizer, logo assim como quem não quer a coisa (que é para não haver qualquer tipo de duvidas) que gosto dos White Lies. E, esta informação deve ser retida por quem se aventurar a ler isto. Não só porque é importante, mas, também pelo que vai ser escrito a seguir.

Sou, portanto, assumida apreciadora do trabalho da banda inglesa, há já dois álbuns, provavelmente por causa do poder da voz de Harry McVeigh, mas, no geral, o som a que a banda nos habituou (denso e muito intenso) fascina-me, todo esse som que os caracteriza. Ou caracterizava até este Big TV. ("Cá está! Agora é que vai ser bonito. A Chavininha já começou a barafustar e hoje ainda é só segunda feira?" pensa quem lê, mas não. É apenas uma opinião.)

E começo exactamente por falar da música que dá nome ao álbum, "Big TV". Claramente, encontramos aqui todo o som que eu já mencionei e que caracteriza os White Lies, um talvez, post-punk-indie ou qualquer coisinha dessas com um nome pomposo, que basicamente, no caso da banda inglesa, se resume a uma grandiosa entrada, à presença soberba da voz de Harry McVeigh, a excelentes letras, ao som da bateria (que é tão boa!), a guitarras que não param e a um excepcional sentido de espectáculo. O grandioso. E sim, "Big TV" acaba de forma épica, com direito a pausa para guitarrada, para que os estádios cheios de gente entrem em delírio. (Até aqui não vamos mal, que não vamos...)

Podia fazer a mesma descrição de "First Time Caller", "Mother Tongue", "Be Your Man" e "Goldmine", umas mais rock e outras menos, mas sempre em registo semelhante.



Em "There Goes Our Love Again", destaco os poderosos sintetizadores, os pianos e a junção da voz com a bateria, que nos lembram que Big TV é o terceiro trabalho dos White Lies, um trabalho muito solido e consistente, muito mais virado para o espectáculo e para concertos grandes do que para concertos intimistas (talvez daí a minha implicância com a coisa.)



Chega-se então o momento em que eu gosto de Big TV. Músicas como "Getting Even" ou "Change", uma mais ao jeito dos anos 70 e esta ultima com uma belíssima entrada em slow, com a voz a ganhar tudo e a espectacularidade da letra, muito mais profunda e mais negra, mais introspectiva e intimista.

Abre-se então espaço para falar de "Heaven Can Wait", que destaco pela maravilhosa linha de baixo que se nos entranha e que ganha a tudo o resto, dentro da mesma linha musical de "Getting Even" ou "Change".



Para mim, a melhor musica deste Big TV é, desde a primeira vez que o ouvi, e sem qualquer sombra de duvidas "Tricky to Love". Não só pelo tema (que também é consistente ao longo de todo este Big TV), o amor, ou neste caso o desamor. Sempre de forma negra, densa e profunda, com uma melodia que me lembra muito os anos 80 dos Joy Division e afins, um retro muito urbano, como se fossemos numa viagem, mas neste caso ao presente.
O refrão aparece aqui muito mais clean, como se fosse feito para cantar em qualquer lado (o que, no meu caso, pode até ser no meio da rua.) e com um final muito mais violento e agressivo, muito real, muito sentido.


 
E aqui, pergunta quem leu isto, se eu me passei, ou se depois disto tudo que eu escrevi, o que de mal poderei eu dizer de Big TV?

Ora bem, para ser muito honesta, que é o que se espera de mim, tenho que dizer que sim, Big TV é, de facto, um bom album. Já o disse. A unica questão é que, de tanto ouvir "To Lose My Life" e "Ritual" esperei por qualquer coisa menos simples e, confesso, menos "Comercial". Problema meu, claro e simples, e que eu assumo completamente. E ainda acrescento que, se não andasse a ouvir coisas, que a mim me soam tão melhor, Big TV teria sido um excelente album de fim de férias.

Assim, o que me resta dizer que "Tricky to Love" é uma musica que me vai, claramente, acompanhar neste fim de verão, provavelmente durante todo o Outono, e até arrisco a dizer que durante o Inverno. Quase em modo anti-Chavininha. 

"I'd give the world, But the world is never enough, For a girl, With it all, I guess, I'm just tricky to love..." em Tricky to Love.

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