Um bocadinho (pouco) abaixo da lua, coisas sobre o album de King Krule
Ora bem, como já tínhamos dito no Facebook aqui do estaminé, o pequeno King Krule lançou (finalmente!!!!!) um álbum, algures no fim de Agosto. E cabe me a mim (super fã assumida do rapaz) falar sobre isso.
Falar de King Krule é falar de musica nova, feita por alguém novo e que tem, por si só, potencial para mudar tudo. E sim, eu assumo a minha opinião, que já era esta antes de saber da nomeação do pequeno para Sound of 2013 pela BBC.
Confesso também que já o ouço há uns largos meses, que o rapaz nos acompanhou (sim, Concertina incluida!) nas férias todas, e que é tão bom ouvi-lo em todo o lado, mesmo em viagens chatas de comboio e de carro de regresso a casa. (Ou seja, os testes foram todos superados, mesmo antes de sair este 6 Feet Beneath The Moon! Expectativas ao rubro portanto.)
E vamos lá ver, se calhar o meu grau de exigência anda muito alto, e eu esperava algo mais ao "tom" de Rock Bottom (que para meu espanto nem aparece no álbum...). Como não foi assim, tive que criar um plano B, ou seja partimos para a parte da "habituação", de forma a poder ter uma opinião consolidada sobre o assunto, e "talvez" menos facciosa. Vamos lá ver se dá para explicar qualquer coisa de 6 Feet Beneath The Moon. Porque, para mim, claramente, King Krule sente e não se explica.
Começamos logo com uma das minhas musicas preferidas do álbum, Easy Easy, mais ao jeito de Rock Bottom, com qualquer coisa que me lembra os blues, sendo que, nunca tenho a certeza se isso é "só" por causa da voz de Archy Marshal, ou se tem a ver com o uso da guitarra.
Uma coisa consistente e importante no trabalho de King Krule é que a intensidade dramática da sua voz é obrigatoriamente acompanhada por letras deliciosas, muito magoadas, é facto, mas quem é que nunca teve 19 anos e achou que o mundo tinha acabado quando ela (ou no meu caso ele) foi embora? Diz o miúdo que "Basically, I hated everyone" (The Guardian). Eu as vezes também. E já não tenho 19 anos. Talvez dai a minha proximidade com o trabalho de King Krule, quem sabe?
Border Line, onde reinam de novo a voz e a guitarra, aparece agora com a ajuda de samplers, que em alguns momentos me levam a viajar ao trabalho de Jamie XX (sem os chatos dos XX), onde as melodias são tudo. Has This Hit, bem como Ocean Bed, Krokodile, Neptune State, Cementality, Bathened in Grey e Foreign 2, onde a raiva que enche o álbum se torna mais evidente na voz e na bateria, desenvolvem então os temos base: "Caos" e "Desamor". Sempre com uma calma disfarçada na melodia, com a voz de Marshal, que canta sempre com o coração ao pé da boca, a explodir.
Em Ceiling, o poderoso baixo que nos guia entre samplers, faz me quase crer que isto tudo pode ser Blues. talvez um New Blues? ou um Electro-Blues? Sei lá. Há qualquer coisa que me soa a Blues, mesmo que isto seja uma heresia. Obviamente que a heresia se torna menor se eu disser o mesmo de Baby Blue, uma das minhas musicas preferidas de King Krule. Os samplers, os ecos, as guitarras, como se a voz de Marshal não fosse por si só a marca deste projecto, poderiam resumir tudo. Há aqui qualquer coisa que o define por si só. No som.
A Lizard State quando toca, leva-me sempre a um estado de "barriga cheia", ou seja, temos rock, temos voz, temos orquestra, temos um som que é ao mesmo tempo antigo e novo, há qualquer coisa ali no meio que me faz lembrar os Arctic Monkeys e uma letra maravilhosa. Nem há qualquer hesitação quando eu digo que é isto que eu mais gosto de King Krule, esta mistura entre a voz velha do miúdo e a musica nova que ele faz.
Will I Come, juntamente com Out Getting Ribs são outros dois momentos perfeitos que podem encontrar em 6 Feet Beneath The Moon, dois momentos melodiosos, dois momentos de raiva, pesados, ritmados e com letras brutalmente boas. Tudo isto me leva aos Blues de novo. Por mais que aqui haja samplers, ecos e baterias em modo jazz e palavras "a mais" como no hip hop e no rap.
Por mais que eu tente, nada fica completo se eu não incluir aqui Rock Bottom, ('Tá bem, já sei que não está no álbum mas não faz mal.), para mim uma das melhores musicas de 2013, provavelmente uma das mais intensas e melhores musicas dos últimos tempos. A musica que me fez gostar de King Krule. A musica mais perfeita para quem "bate no fundo" e ao mesmo tempo a musica mais perfeita para nos encher de força e sair das cinzas.
Isto tudo, para mim é King Krule e o seu 6 Feet Beneath The Moon. E como eu gostava que o futuro da musica fosse todo "sorridente" como este.
"Well, if only I had a heart to rip into, Because you owe me, A breackdown that would not include, Not to stay around, And see this night Through, Girl, don't stay around, And bathe with me in blue..." em Will I Come.
p.s. Concertina amiga, pergunta para queijo: se os senhores do Mexefest trouxeram este catraio cá no ano passado, porque é que trouxeram o Jake Bugg ao Alive???? :P
Falar de King Krule é falar de musica nova, feita por alguém novo e que tem, por si só, potencial para mudar tudo. E sim, eu assumo a minha opinião, que já era esta antes de saber da nomeação do pequeno para Sound of 2013 pela BBC.
Confesso também que já o ouço há uns largos meses, que o rapaz nos acompanhou (sim, Concertina incluida!) nas férias todas, e que é tão bom ouvi-lo em todo o lado, mesmo em viagens chatas de comboio e de carro de regresso a casa. (Ou seja, os testes foram todos superados, mesmo antes de sair este 6 Feet Beneath The Moon! Expectativas ao rubro portanto.)
E vamos lá ver, se calhar o meu grau de exigência anda muito alto, e eu esperava algo mais ao "tom" de Rock Bottom (que para meu espanto nem aparece no álbum...). Como não foi assim, tive que criar um plano B, ou seja partimos para a parte da "habituação", de forma a poder ter uma opinião consolidada sobre o assunto, e "talvez" menos facciosa. Vamos lá ver se dá para explicar qualquer coisa de 6 Feet Beneath The Moon. Porque, para mim, claramente, King Krule sente e não se explica.
Começamos logo com uma das minhas musicas preferidas do álbum, Easy Easy, mais ao jeito de Rock Bottom, com qualquer coisa que me lembra os blues, sendo que, nunca tenho a certeza se isso é "só" por causa da voz de Archy Marshal, ou se tem a ver com o uso da guitarra.
Uma coisa consistente e importante no trabalho de King Krule é que a intensidade dramática da sua voz é obrigatoriamente acompanhada por letras deliciosas, muito magoadas, é facto, mas quem é que nunca teve 19 anos e achou que o mundo tinha acabado quando ela (ou no meu caso ele) foi embora? Diz o miúdo que "Basically, I hated everyone" (The Guardian). Eu as vezes também. E já não tenho 19 anos. Talvez dai a minha proximidade com o trabalho de King Krule, quem sabe?
Border Line, onde reinam de novo a voz e a guitarra, aparece agora com a ajuda de samplers, que em alguns momentos me levam a viajar ao trabalho de Jamie XX (sem os chatos dos XX), onde as melodias são tudo. Has This Hit, bem como Ocean Bed, Krokodile, Neptune State, Cementality, Bathened in Grey e Foreign 2, onde a raiva que enche o álbum se torna mais evidente na voz e na bateria, desenvolvem então os temos base: "Caos" e "Desamor". Sempre com uma calma disfarçada na melodia, com a voz de Marshal, que canta sempre com o coração ao pé da boca, a explodir.
Em Ceiling, o poderoso baixo que nos guia entre samplers, faz me quase crer que isto tudo pode ser Blues. talvez um New Blues? ou um Electro-Blues? Sei lá. Há qualquer coisa que me soa a Blues, mesmo que isto seja uma heresia. Obviamente que a heresia se torna menor se eu disser o mesmo de Baby Blue, uma das minhas musicas preferidas de King Krule. Os samplers, os ecos, as guitarras, como se a voz de Marshal não fosse por si só a marca deste projecto, poderiam resumir tudo. Há aqui qualquer coisa que o define por si só. No som.
A Lizard State quando toca, leva-me sempre a um estado de "barriga cheia", ou seja, temos rock, temos voz, temos orquestra, temos um som que é ao mesmo tempo antigo e novo, há qualquer coisa ali no meio que me faz lembrar os Arctic Monkeys e uma letra maravilhosa. Nem há qualquer hesitação quando eu digo que é isto que eu mais gosto de King Krule, esta mistura entre a voz velha do miúdo e a musica nova que ele faz.
Will I Come, juntamente com Out Getting Ribs são outros dois momentos perfeitos que podem encontrar em 6 Feet Beneath The Moon, dois momentos melodiosos, dois momentos de raiva, pesados, ritmados e com letras brutalmente boas. Tudo isto me leva aos Blues de novo. Por mais que aqui haja samplers, ecos e baterias em modo jazz e palavras "a mais" como no hip hop e no rap.
Por mais que eu tente, nada fica completo se eu não incluir aqui Rock Bottom, ('Tá bem, já sei que não está no álbum mas não faz mal.), para mim uma das melhores musicas de 2013, provavelmente uma das mais intensas e melhores musicas dos últimos tempos. A musica que me fez gostar de King Krule. A musica mais perfeita para quem "bate no fundo" e ao mesmo tempo a musica mais perfeita para nos encher de força e sair das cinzas.
Isto tudo, para mim é King Krule e o seu 6 Feet Beneath The Moon. E como eu gostava que o futuro da musica fosse todo "sorridente" como este.
"Well, if only I had a heart to rip into, Because you owe me, A breackdown that would not include, Not to stay around, And see this night Through, Girl, don't stay around, And bathe with me in blue..." em Will I Come.
p.s. Concertina amiga, pergunta para queijo: se os senhores do Mexefest trouxeram este catraio cá no ano passado, porque é que trouxeram o Jake Bugg ao Alive???? :P
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