Mercury Prize 2013: as Laura's e as Savages

Depois da electrónica, deu-me para ouvir as meninas: Laura Marling (cantautora desde 2007), Laura Mvula (coqueluche da cena musical britânica), e as Savages (que vão estar no Mexefest lá mais para o fim de Novembro).





Comecemos por Laura Marling, uma voz em ascensão e em muitos momentos, boa. O crítico é que eu acho que o registo é monótono. O instrumental até é jeitoso, com violinos a aparecerem em alguns temas mas as músicas parecem todas iguais, como se se repetissem ad eternum, a voz não explode, ou cresce - como se lhe faltasse a força (que eu acredito que Laura Marling tem). Claro que nem tudo é mau... há um momento mais intenso, "Master Hunter", quase que me faz lembrar Fiona Apple na maravilhosa "Sleep To Dream". Os instrumentos, a harmonia, a bateria. Sem dúvida o momento alto deste "Once I Was An Eagle". Ainda assim, neste tom, continuo a preferir Miss Norah Jones. Sem hesitar.




Sobre a outra Laura, a Mvula, não tenho assim muito para dizer. Fiquei a conhecê-la no dueto com Jamie Cullum em "Sad, Sad World" (do seu mais recente "Momentum") e não desgostei da voz. Mas ao escutar os temas de "Sing To The Moon", também não fiquei fã. E não percebo o porquê de tanto entusiasmo à volta dela. As canções são algo aborrecidas, nem a cena pop-clássica-jazz-soul me anima. Felizmente que para a diversidade do mundo da música, há quem goste. Eu não.




Para o fim, as Savages. Uma banda indie rock, logo completamente diferente das outras duas. Mas nem assim livre de problemas. Porque há qualquer coisa que me incomoda em bandas do rock que integram gajas. Preconceito, talvez, porque elas também podem ter garra - é só pensar nos Garbage e nos The Kills. E o que dizer de "Silence Yourself"? Não é mau, o instrumental está relativamente bem conseguido, o difícil é quando a moça canta, que a voz dela não me soa bem na maioria dos temas. Não gosto quando soa demasiado pesado ou quando as meninas abusam dos instrumentos - ao vivo até pode ser bom - diz a chavininha que o concerto no Optimus Primavera Sounds foi um dos poucos pontos altos do festival - mas em disco, a coisa não me enche as medidas. De entre todas, "Waiting for A Sign" e "Marshall Dear" são as que mais me convencem, porque são as que mais se aproximam do "meu" registo: a voz mais calma, mais dramática, um ligeiro sofrimento, um instrumental que cresce e acompanha a emotividade da coisa. A acompanhar no futuro, portanto.




E depois de escutar estes três, mais uma vez concluo que ainda bem que não são os únicos candidatos...

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