"As The Setting Sun Comes Crashing Down On Me", ou coisas sobre o álbum dos Secret Weapons

Os Secret Weapons são um duo de americanos, praticamente desconhecido, Gerry Lange e Danny Rocco. E, são, para mim, uma das armas mais bem guardadas do Synthpop actual. Foram uma daquelas boas surpresas que me fizeram por o álbum a tocar em repeat (o que, ultimamente, como me farto de dizer aqui, é raro...): As The Setting Sun Comes Crashing Down On Me é um álbum recheado de pérolas, de musicas boas, com grandes letras e grandes beats. Para além de ter um grande titulo, convenhamos.


A formula é sempre simples: grandes palavras, acompanhadas por um beat perfeito, com palavras de ordem que marcam a cadência do som, pausas quase catarticas, instrumentos e sintetizadores muito alinhadinhos, que levam a músicas mesmo boas, como "Ghost", "Fire Burning", "Betty You Gone Wrong", "Power" e "Limousine", por exemplo, e outras, que parecem saídas de um livro de auto-ajuda e que não fazem nada o meu género.




“Ghost” é a musica que marca a entrada neste pedaço de mundo dos Secret Weapons. O refrão é forte e incitador e o uso de palavras chave é uma marca em todas as musicas. "Ghost" tem um toquezinho electrónico sem artifícios de maior. Noto-lhe(s) influência dos Daft Punk, com um cheirinho a anos 80 que não tem nada que enganar. As distorções que aparecem ao longo da música marcam-na, e, à própria banda per se.

“...Just a Ghost inside a shell, I know you so well...”


É a música mais forte do álbum, com uma secção de sopro invejável que nos guia logo desde o início, e nos faz querer dançar sem parar até ao fim.





"Power" tem uma roupagem mais um tanto mais funk, que nos leva mais ao universo de Stevie Wonder, se calhar. O beat é perfeito e a voz acompanha-o. Adoro o crescendo que culmina nas tais palavras de ordem, que são marca dos Secret Weapons. O refrão explode e põe-nos a dançar. Aliás, são os hiatos no meio das músicas que criam a ilusão de explosão e fazem o próprio som aumentar, dando-lhes volume e coerência.


“...Mama said don’t light this spark unless you want to feel the heat...”


Em "My Blue Heaven", adoro a entrada, que me lembra os anos 80, e o crescendo, que é maravilhoso. A presença do coro ajuda à grandiosidade da música, embora eu ache que, ao vivo a coisa seja ainda mais espectacular. As músicas dos Secret Weapons seguem normalmente uma única fórmula: a das palavras-chave e dos refrães marcantes.

Outro dos momentos chave do álbum é “Betty You Gone Wrong (Midnigt Song Part I)", mais funk outra vez, que canta uma história, muito ao jeito Michael Jackson, com os crescendos e as pausas dramáticas muito bem pensados. Esta é para mim uma das melhores músicas do álbum.


Resumidamente, e de uma forma muito racional, podemos colocar a coisa assim: os Secret Weapons têm tudo para ser uma banda que eu vou seguir. Pelo menos enquanto continuarem com tão boa música e tão boas letras, e enquanto me continuarem a dar tanta vontade de dançar. O resto? Fazemos de conta que não existe e continuamos à espera do sol. Que nasce sempre todos os dias.



...Truth or dare, does it kill you to be honest with yourself…”, em "Waiting For An Answer".

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