Uma trilogia feminina de fim de verão. Capitulo 3 - Girlhood dos The Preatures.

Para acabar a trilogia escolhi Girlhood, o ultimo dos australianos The Preatures, que me tinham entrado pelas orelhas a dentro em 2014 com a brilhante “Is This How You Feel?”, mas, cujo primeiro álbum não me ficou propriamente na memória.


E, o que mudou entretanto?


Mudou quase tudo, até a própria composição da banda (que deixou Izzy Manfredi como vocalista a “solo”), mudou a pouca coerencia entre musicas (que me tinha deixado a pensar se “Is This How You Feel?” não teria sido fruto do acaso) e mudou a postura da banda, que se mostra mais madura neste Girlhood.

Aliás, arrisco até a dizer que só não mudou a vontade de fazer um indie-pop dançável e muito apetecível que, para mim, sempre caracterizou os The Preatures.



Girlhood chega-nos então num meio/fim de verão, mas cheio de sol: um álbum despretensioso e levezinho, com musicas dançáveis daquelas que não nos ocupam muito espaço, carregadas de Australia, de sol, de praia, de sorrisos e de letras próprias de quem tem 20 anos. Cheio de referencias aos anos 80 (não podemos não encontrar fragmentos de Blondie, ou dos Pretenders que já encontrávamos no primeiro album, ainda que mais discretos, dos INXS ou mesmo os Fleetwood Mac. E isso é tão bom!).



Girlhood é um disco que roça o Pop, um Pop simpatico e bem-disposto, sempre com um pézinho no rock e outro no funk, com letra levezinhas e melodias muito pensadas. Girlhood é mesmo aquilo que aparenta: um álbum fresco, que pretende contar as aventuras e desventuras de uma miúda de 20 anos. Mesmo assim tão simples. Daí que as musicas que o compõe sejam assim tão simples também: “Your Fa”, “Cherry Ripe” e “Yanada”, por exemplo, que marcam as baladas são musicas descomplicadas, com letras simples e com grande refrães, próprios das baladas dos anos 80, por exemplo.




Também aqui as guitarras tem um papel muito importante, juntamente com a voz de Izzy Manfredi: as guitarras são essenciais, quer sejam mais rock ou mais funk, quer seja nas musicas mais calmas ou nas mais mexidas como “Lip Balm” em “Girlhood”, que me lembram o porquê de eu ouvir os The Preatures ha tanto tempo.

O maior destaque do album, para mim, está em “Nite Machine”, onde eu encontro mais os INXS, “Mess It Up”, que me leva a Cyndi Lauper e “Magick”, que apesar de ser muito mais densa e mais pensada, (provavelmente mais alinhadinha?) demonstra mais uma das facetas da banda.


Se os segundos alguns costumam ser duros, e muitas vezes muito decepcionantes, Girlhood é também, um exemplo de que nem tudo são rosas. (Até porque, não ha albuns perfeitos, dizem os mais cepticos.) Ainda mais quando a banda se desfaz a meio do caminho e muda tudo de raiz. Mas, ainda bem que os The Preatures não desistiram, e ainda bem que resolveram fazer Girlhood, que me faz lembrar sempre que nem tudo tem que ser sempre assim tão complicado, e que, o mundo pode ser magico com musica simples.



“…Do You Believe in Magic? I watched You play the part, Anyone could see that you never had your heart in it…” em "Magick".

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